Ouro, cobre, entre outros minérios poderão ser extraídos das profundezas na nova atividade, mineração no fundo do mar.

O Brasil foi autorizado por um braço da ONU a explorar recursos minerais em águas internacionais do oceano Atlântico por 15 anos, levantando tanto potenciais ganhos econômicos quanto preocupações ambientais, a cerca de 1,5 mil km da costa do Rio de Janeiro.

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Essa mineração submarina é considerada uma nova fronteira na busca por metais preciosos, como manganês, cobre e ouro, que se tornaram essenciais na economia mundial moderna.

“Nestes 15 anos, mapearemos o que existe lá e avaliaremos seu potencial econômico. Depois, podemos entrar com um novo pedido para explorar economicamente”, afirma Roberto Ventura Santos, diretor de geologia e recursos minerais do Serviço Geológico do Brasil (CPRM)

“As possibilidades são interessantes, porque é uma região rica em elementos químicos usados na indústria, especialmente nas de alta de tecnologia, na produção de chips, peças de usinas eólicas e carros elétricos.”

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No entanto, esse tipo de exploração não é vista com bons olhos por grupos de defesa do meio ambiente, que alegam que a exploração pode trazer prejuízos para ecossistemas marinhos. Um protocolo para minimizar o impacto ambiental ainda está sendo estudado.

O biólogo marinho Jon Copley, da Universidade de Southampton, vem monitorando a mineração nas chamadas dorsais oceânicas, nome dado às cadeias de montanhas submersas que se formam do afastamento de placas tectônicas.

“Cerca de 6.000 km de dorsais oceânicas, ou 7,5% do total, são exploradas hoje por seu potencial mineral. Essas dorsais são um dos três locais do fundo do oceano em que há depósitos de minerais que atraem o interesse de países e empresas. Mas também vivem nestes locais colônias de espécies que não são encontradas em outras partes do oceano e podem ser suscetíveis a impactos ambientais gerados pela mineração”, diz Copley.

Em contra-partida Santos, da CPRM, diz que isso será levado em conta no caso brasileiro: “Faremos um estudo de impacto ambiental junto com o de potencial econômico. Nosso pedido foi muito elogiado por causa disso”.

Mas de qualquer formar, o mais interessante para todos seria não mexer na vida marinha, na natureza.

BBC, MAR SEM FIM, FOLHA VERDE NEWS