Entre os dias 9 e 11 de maio, em Belém, aconteceu o II Encontro Energia & Comunidades, organizado por várias organizações que representam comunidades extrativistas, indígenas, quilombolas e ribeirinhas da região amazônica, entre elas Coiab, Fepipa, Conaq, Malungo, CNS e a Rede Energia e Comunidades.
Garantir energia limpa e renovável é um grande desafio para todo o mundo, e isso é especialmente importante para o Brasil, onde a legislação e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU reforçam essa necessidade.
Pensando nisso, diversas organizações uniram-se para criar o Encontro Energia & Comunidades que está em sua segunda edição com cerca de trezentos representantes de comunidades tradicionais (populações extrativistas, indígenas, quilombolas e ribeirinhas) da região amazônica, para discutir como garantir acesso à energia elétrica de baixo impacto a seus meios de vida.
“Esse evento é de extrema importância para o Brasil. Primeiro porque precisamos compreender que o acesso a energia para muitas comunidades é restrita, e segundo porque precisamos deixar claro que os combustíveis fósseis não podem ser resposta para essa necessidade. As comunidades tradicionais, principalmente as que vivem no Norte e no Nordeste já sofrem muitos impactos com as mudanças climáticas e podem sofrer ainda com a chegada e expansão de empresas como a Eneva.”, afirmou o especialista em comunidades tradicionais da 350 Brasil Luiz Afonso Rosário.
O objetivo do encontro, foi promover um amplo debate com transparência e participação ativa das comunidades junto aos representantes governamentais e distribuidoras de eletricidade. Assim, será possível garantir que as demandas dessas populações por acesso à energia, serviços e pós-atendimento sejam atendidas rapidamente e de forma que atenda às necessidades básicas e produtivas das comunidades.
Ao longo dos três dias, foram promovidas rodas de conversas com representantes de comunidades remotas e que precisam de sistemas isolados de energia elétrica, prioritariamente povos indígenas, extrativistas e quilombolas. A partir desses diálogos, os grupos formados e redes presentes pretendem incidir nas políticas públicas para a universalização de energia, com foco em renováveis, e para apresentar soluções para a Região Norte.
“O caminho para combater as mudanças climáticas precisa ser assim, com escuta ativa dessas pessoas. Esse é o único caminho viável para alcançarmos justiça climática”, afirmou o coordenador de campanhas Renan Andrade da 350.org.
É muito importante pensar em soluções para garantir que todas as pessoas tenham acesso à energia elétrica de forma sustentável e eficiente. Que mais encontros como esse aconteçam pois é uma grande oportunidade para encontrarmos soluções para melhorar a vida dessas comunidades e do mundo todo.
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Livia Lie
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