Por Silvia Calciolari
Gestores públicos e moradores das cidades da região de Presidente Prudente, no Oeste paulista, terão uma ótima oportunidade para celebrar a chegada da Primavera 2017, ao mesmo tempo em que poderão receber informações sobre o fracking, o aquecimento global e como conter as mudanças climáticas.
No próximo dia 24, um domingo, será realizada a 7ª Virada Climática Primavera 2017 em Presidente Prudente, que acaba de completar 100 anos. Das 9 horas da manhã até às 21 horas, o Parque do Povo será palco de várias atividades que estão sendo programadas pela 350.org Brasil, entidade que integra a COESUS – Coalizão Não Fracking Brasil pelo Clima, Água e Vida – com o apoio da Prefeitura de Presidente Prudente através das secretarias de Turismo e de Meio Ambiente e parceiros da região.
A Virada Climática é um modelo de ação idealizado pela 350.org Brasil para conscientizar a população dos impactos das mudanças climáticas, intensificadas pela exploração dos combustíveis fósseis – petróleo, gás e carvão mineral – que emitem os gases de efeito estufa causadores do aquecimento global. Desde 2015, os eventos levaram informação à população, que precisa saber como conter as mudanças climáticas para termos condições de viver em segurança, tanto para a humanidade como para todos os seres vivos.
Com o planeta em alerta, milhões em todo o mundo já estão sendo impactados pelas mudanças climáticas que provocam tempestades e furacões cada vez mais devastadores e mortais, alteram o regime das chuvas com enchentes e secas mais prolongadas, provocam o derretimento das geleiras e o consequente aumento do nível do mar e da sua temperatura, entre outros eventos radicais do clima. Tudo está relacionado diretamente com a exploração dos combustíveis fósseis, principalmente o gás do folhelho pirobetuminoso extraído da rocha de xisto por fraturamento hidráulico, método não convencional também conhecido como fracking.
“A Virada Climática é um importante momento para conscientizar as pessoas que a intervenção do homem na natureza está sim provocando o aquecimento global e as mudanças climáticas”, afirma José Lira, advogado e coordenador regional da COESUS no Estado de são Paulo.
A região que compreende 54 cidades do Oeste paulista está na rota do fracking, inclusive com blocos já leiloados pela Agência Nacional de Petróleo e Gás (ANP). “Estamos avançando na proibição em diversas cidades deste tipo de exploração não convencional através da mobilização de parlamentares, gestores públicos, movimentos ambientais, climáticos, religiosos e sociais”, completa Lira. No Brasil, mais de 350 cidades já proibiram a exploração do gás de xisto (shale gas), através da aprovação de um projeto de Lei disponibilizado pela COESUS.
Economia de baixo carbono
Em outras edições a Virada Climática atraiu centenas de pessoas que foram ao parque para conhecer a problemática das mudanças climáticas (Foto: 350/COESUS).
Além de conscientizar para a problemática do aquecimento global e suas consequências, a Virada Climática também tem por objetivo difundir o conceito de Cidades Sustentáveis baseado numa economia de baixo carbono.
Em outras edições a Virada Climática atraiu centenas de pessoas que foram ao parque para conhecer a problemática das mudanças climáticas.
Juliano Bueno de Araujo, coordenador de Campanhas Climáticas da 350.org e fundador da COESUS, explica que as pessoas e as cidades devem ser protagonistas do seu próprio destino e decidir qual o modelo de desenvolvimento será adotado: “Sabemos que o caos climático é responsabilidade da indústria fóssil, que é suja, perversa e corrupta. Portanto, uma cidade, uma região que quer o desenvolvimento sustentável deve abandonar os fósseis e investir em energias renováveis, que são por natureza limpas, seguras, livres e justas”.
Para ele, os gestores públicos têm a responsabilidade de promover as cidades de baixo carbono, estimulando e atraindo investimentos para a produção de equipamentos para a geração de energia renováveis – solar, eólica e de biomassa. “Já há estudos que comprovam que a indústria de baixo carbono gera 18 vezes mais empregos que a fóssil e, depois de instalada, proporciona a geração de energia 40% mais barata”, completa.
“Neste momento, o mundo passa por um difícil teste de eventos climáticos catastróficos. As pessoas precisam saber que o presente e o futuro do Oeste paulista – assim como todo o planeta – passam por uma única decisão: Fazer a transição dos fósseis para as energias renováveis para garantir a saúde de todos os cidadãos e cidades”, finaliza Juliano.
Serviço:
O que: 7ª Virada Climática da Primavera 2017
Onde: Parque do Povo – Presidente Prudente – SP
Quando: Dia 24 de setembro, das 9h às 21h
Entrada franca