Nesta sexta-feira (25) ocorreu o rompimento de uma barragem da Vale, na cidade de Brumadinho (MG), próximo a Belo Horizonte. O acidente na Mina Feijão, que teve expansão concedida pelo estado em dezembro de 2018, foi confirmado pela empresa em nota, que também anunciou que os rejeitos atingiram a área administrativa da companhia e parte da comunidade da Vila Ferteco. Helicópteros do Corpo de Bombeiros sobrevoam a região, mas ainda não há a dimensão dos prejuízos ambientais e sociais, bem como as causas do acidente ainda não foram divulgadas.
“Estamos diante de mais uma catástrofe mineraria ambiental. Toda essa lama imprópria está indo em direção aos rios, com possibilidades de chegar ao Rio São Francisco — um dos mais importantes do Brasil. Além de todo o estrago feito ao meio ambiente, ainda existem todos os danos à população. Mortes, pessoas desabrigadas, danos extremos à saúde, tudo por falta de fiscalização e manutenção de obras, além de impunidade em outros mega-acidentes”, expressa o engenheiro e coordenador de Campanhas da 350.org, Juliano Bueno Araújo.
Um acidente similar aconteceu no estado há 3 anos e dois meses, na cidade de Mariana (MG), em uma barragem também pertencente à Vale. Na ocasião, 19 pessoas morreram e até hoje as causas não foram confirmadas, embora a Procuradoria Geral da República tenha apontado falhas na fiscalização da barragem do Fundão, desde a permissão para que a obra fosse construída em 2007.
Fatalidades como estas antecipam o que o País passará se for confirmada a proposta do governo de estabelecer uma forma de “autolicenciamento ambiental” — no qual o processo ficará a cargo dos proprietários dos espaços rurais e empresas. “Se hoje o licenciamento é considerado um procedimento ‘artesanal’, com poucos padrões de qualidade, imagina como será quando se tornar um processo automático — fazendo com que a própria pessoa faça seu cadastro”, questiona Araújo. Equipe de técnicos, engenheiros e assistentes da 350.org e ARAYARA estão se dirigindo à região para levantamentos técnicos e apoio às comunidades atingidas. “Nossa missão é salvar vidas” finaliza o analista ambiental da equipe, Renan Andrade.
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Paulinne Rhinow Giffhorn — jornalista da Fundação Internacional Arayara e da Coalizão Não Fracking Brasil pelo Clima, Água e Vida (COESUS).
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