Não há dúvidas de que a COP é uma das mais importantes conferências que abordam o clima e o meio ambiente em todo o mundo. Desde a primeira edição em 1995, em Berlim, na Alemanha, diversos países se reúnem para discutir quais serão seus compromissos para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, além de verificar quanto de financiamento climático será disponibilizado para auxiliar países em desenvolvimento – assim evitando que eles se desenvolvam a partir de procedimentos que ampliam essas emissões – e, é claro, apoiar a todos para amenizar os efeitos que já estão presentes em nosso cotidiano.

A decisão do Brasil de não sediar a 25ª edição da Conferência do Clima é, sem dúvidas, uma escolha arriscada. Coloca em jogo a tão aclamada “liderança mundial em temas de desenvolvimento sustentável” que foi, inclusive, lembrada pelo governo na ocasião em que foi sugerida sua participação como anfitrião, em outubro deste ano. Na noite de quarta-feira (28), o governo eleito – que assumirá o poder a partir de janeiro de 2019 – afirmou que, além de ter participação no veredito por considerar os custos exagerados diante da situação das contas públicas, estuda a possibilidade de retirar o País do Acordo de Paris, firmado em 2015.

É de conhecimento que o país que sedia a conferência precisa contribuir para que as metas estabelecidas sejam cumpridas e que o diálogo entre as nações seja positivo. No caso do Brasil, poderia significar muita coisa: o combate ao desmatamento, o investimento nas energias renováveis, entre outros. Ao desistir de realizar a COP e, ainda propagar a teoria do “Triplo A” – que diz que a Fundação Gaia, supostamente apoiada pelo governo britânico, em parceria com a Fundação Gaia Amazonas, baseada em Bogotá, se reuniram para criar a maior área de proteção ambiental do mundo, iniciada nos Andes, alcançando parte da Amazônia, seguindo até o Atlântico; não é possível identificar quais são as reais intenções da renúncia. Porém, há uma certeza: serão criados obstáculos em relação à defesa ao meio ambiente e a sustentabilidade no País.

É até possível dizer que, neste momento, o Brasil diz SIM ao aquecimento global e perde seu papel de protagonista na agenda ambiental. Cabe à nós aguardar os próximos passos e torcer para que as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), que envolvem a redução das emissões, continuem sendo cumpridas.

Juliano Bueno de Araújo é coordenador de Campanhas Climáticas da 350.org Brasil e fundador e coordenador nacional da Coalizão Não Fracking Brasil pelo Clima, Água e Vida (COESUS) e do Instituto Internacional Arayara