Carvão é a fonte de energia mais poluente que existe! Cientistas da University College London alertam: em todo o mundo, quase 90% de todas as reservas de carvão precisarão permanecer no chão durante as próximas três décadas. Nosso objetivo é barrar os avanços dessa indústria na América Latina. Junte-se a nós!
Nós na 350.org, um movimento da sociedade civil presente em todo o mundo e que atua em defesa do clima e da mitigação das mudanças climáticas; ao lado do ECO Pelo Clima, movimento ligado ao Fridays for Future Rio Grande do Sul, temos algo a dizer ao senhor. E esperamos, ao final do que o senhor vai ler, um posicionamento seu não só para as nossas organizações, mas para todos os cidadãos porto-alegrenses. Há alguns anos começaram a desenhar um projeto que promete centenas de empregos em um empreendimento que fica a apenas 16 km de Porto Alegre. Esse empreendimento é, porém, um grande risco para 4,5 milhões de pessoas que vivem na Capital gaúcha e na região metropolitana. A Mina Guaíba é o projeto do qual estamos falando. Ela ainda não saiu do papel e seu licenciamento ambiental prévio está suspenso por uma liminar judicial.
A seguir, apresentamos alguns argumentos que não estão sendo pautados pela empresa que quer instalar a maior mina de exploração de carvão mineral a céu aberto do Brasil aqui ao lado de Porto Alegre. Ao apresentar os dados, queremos saber o seu posicionamento sobre a Mina Guaíba.
“Há um risco eminente de emissão de “poeira fina” oriunda das explosões da mineração que podem aumentar a ocorrência de infartos do coração, “derrames” (AVCs), demência, asma, câncer de pulmão, pneumonia infantil, partos prematuros e baixo peso ao nascer”
O cardiologista Dr. Aluízio Achutti divulgou um alerta urgente à população gaúcha sobre os impactos da Mina Guaíba. Resultado do III Seminário de Saúde Planetária de Porto Alegre e assinada pelos participantes do evento, a nota cita a ausência de Avaliação de Impacto à Saúde no estudo de impacto ambiental (EIA-RIMA) e cita graves doenças que podem atingir a população que vive no entorno da mina, como derrames, asma, demência, pneumonia, câncer, entre outras.
Entre os pontos citados pelo Dr. Aluízio Achutti estão a não inclusão do município de Porto Alegre na região de impacto ambiental indireto da mineração localizada a apenas 16 km do centro da cidade; a subestimação na exposição dos reais custos sociais, ambientais e econômicos do projeto; a não apresentação da composição química elementar do carvão mineral; o risco de contaminação por metais pesados na água da Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA); o risco de emissão de “poeira fina” oriunda das explosões da mineração que poderiam aumentar a ocorrência de infartos do coração, “derrames” (AVCs), demência, asma, câncer de pulmão, pneumonia infantil, partos prematuros e baixo peso ao nascer, entre outras, e impactos nos atendimentos nas UBS, pronto atendimentos e hospitais; a ausência de Avaliação de Impacto à Saúde (AIS) aos 4,5 milhões de habitantes da RMPA; a proximidade perigosa ao Parque Estadual do Delta do Jacuí – “filtro” da água potável da RMPA; e a emergência climática, que impacta a vida das pessoas em todo o planeta.
O material particulado é composto por uma mistura de compostos químicos. Ele fica suspenso no ar na forma de poeira, neblina, aerossol, fumaça e fuligem. E surge dos processos de combustão (industrial, veículos automotores) e aerossol secundário (formado na atmosfera) como sulfato e nitrato.
Quando essas partículas são inaladas, elas atingem os alvéolos pulmonares e chegam até a corrente sanguínea. Agora imaginem: esses materiais constituem agentes mutagênicos que podem alterar o DNA. O resultado, quando é simples, é asma e bronquite. Mas há casos bem mais graves.
O material particulado possui dióxido de enxofre (SO2) e dióxido de nitrogênio (NO2). Esses elementos, quando em contato com a água, por exemplo, produzem ácidos sulfúrico e nítrico.
Tem mais: gases monóxido de carbono (CO) e ozônio (O3). O CO ocupa o lugar do oxigênio no sangue, quando é inalado, e diminui a oxigenação dos tecidos de todo o corpo. O O3, quando entra na faringe e nos brônquios, provoca reações químicas que enfraquecem o sistema imunológico.
“Os cálculos mais otimistas apontam a emissão de 30 mil toneladas de pó geradas pela mina. Serão 416 quilos de material particulado gerado por hora liberados no ar. “
Situada a cerca de 16 km do centro de Porto Alegre, a Mina Guaíba tem previsão de pelo menos 3 explosões por dia durante 23 anos. Os cálculos mais otimistas apontam a emissão de 30 mil toneladas de pó geradas pela mina. Serão 416 quilos de material particulado gerado por hora liberados no ar.
A Copelmi, empresa responsável pela Mina Guaíba garante que essa poeira não chegará a Porto Alegre. Mas chegaram à cidade as cinzas de vulcões em erupção no Chile, no ano de 2012, fechando o aeroporto Salgado Filho. As queimadas na Austrália geraram fumaça que chegou ao Rio Grande do Sul. As queimadas da Amazônia de 2020 fizeram a fumaça chegar ao estado de São Paulo. Tudo isso foi registrado e divulgado pela imprensa nacional e regional. Recentemente, as fumaças das queimadas da Amazônia e do Pantanal chegaram ao Rio Grande do Sul, acinzentando o céu.
Fica claro, portanto, que não há como garantir que a poeira e o material particulado não chegarão a Porto Alegre, como afirma a Copelmi.
Segundo o geólogo, Mestre em Geociências (UFRGS), Doutor em Ciências na área de Ecologia de Paisagem (UFRGS), Doutor Honoris Causa (Universidade Ada Byron, Peru), professor e pesquisador da UFRGS, Dr. Rualdo Menegat, “o carvão mineral é um lixão químico. E a Mina Guaíba é uma bomba com proporções enormes. Essa bomba estará ao lado de Porto Alegre, Canoas, São Leopoldo, Gravataí, Cachoeirinha e todas as cidades da região metropolitana. Mas, por algum motivo que não se sabe qual, essas cidades foram excluídas do estudo de impacto ambiental (EIA) do empreendimento.
O Dr. Menegat vai além: ele afirma que a possível instalação da Mina Guaíba vai potencializar os riscos de contaminação por Arsênio, Cádmio, Cloro, Cromo, Mercúrio, Cobalto, Chumbo, Tório, Urânio e outros metais cancerígenos.
O dicionário Oxford escolheu “mudanças climáticas” como a palavra do ano de 2019. Resta saber como isso afetará a gestão pública, pois o alerta está dado.
Calcula-se que o impacto na saúde de uma mina de carvão seja de 9,5 dólares por tonelada. No caso do projeto da mina Guaíba, serão explorados 166 milhões de toneladas de carvão. Faça a conta!
A pandemia do novo coronavírus deixará grandes estragos nas contas públicas. Isso para não falarmos de todos os demais, como a saúde mental da população. Com as contas no vermelho, como lidar com um impacto de centenas de milhões de dólares a mais?
Calcula-se que o impacto na saúde de uma mina de carvão seja de 9,5 dólares por tonelada. No caso do projeto da mina Guaíba, serão explorados 166 milhões de toneladas de carvão. Faça a conta!
Essa conta não será paga pela Copelmi ou pelos investidores. Será paga pela prefeitura.
“Diversos países ao redor mundo já abandonaram o carvão porque sabem que não leva ao progresso. Por que insistir aqui em nossas terras?”
Alemanha, Espanha e Japão já têm data para o fim da exploração de carvão mineral. Há poucas semanas, o Reino Unido antecipou o fim das atividades em uma das mais tradicionais minas de lá. Há poucos dias, o Zimbábue proibiu a atividade de mineração em todos os seus parques nacionais. Assim, a exploração de carvão mineral não será mais permitida e a vida será preservada.
Carvão Mata: Mina Guaíba é Morte
A Mina Guaíba vai ficar no chão após forte pressão popular!
Finalmente a FEPAM arquivou o projeto da Mega Mina de Carvão!
Parabéns a todos e todas que fizeram parte disso!
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Vencemos Golias! A Mina Guaíba vai ficar no chão após forte pressão popular!
Finalmente a FEPAM arquivou o projeto da Mega Mina de Carvão. Parabéns a todos e todas que fizeram parte disso!
A Mina Guaíba, era um projeto ambicioso com intenção de ser o maior polo carboquímico da América Latina que prometia ser uma grande ameaça ao clima, ao meio ambiente, à saúde e à economia local.
A área em risco é utilizada para produção rural e também para o abastecimento de água de Porto Alegre, e colocaria em risco a saúde de milhões de pessoas.
“Não faz sentido os gaúchos permitirem a instalação dessa mina de carvão enquanto o mundo todo está abandonando esse combustível fóssil. Além de dizimar três aldeias indígenas, que a Justiça reconhece a legitimidade, coloca em risco a qualidade de vida e a saúde de 4,5 milhões de pessoas que vivem na Região Metropolitana de Porto Alegre”, disse Renan Andrade ativista da 350.org Rio Grande do Sul
Entre os problemas que a mina iria trazer estavam:
A exploração de fósseis na região iria contaminar nossas terras, nossas águas e iria acabar com nossa economia local. Nós queremos impedir qualquer iniciativa de exploração de xisto, carvão ou petróleo não-convencional. São muitas vidas em jogo!
Por isso nos expressamos por meio desse abaixo assinado que SOMOS CONTRA a exploração fóssil e A FAVOR da vida.
Já existem outras maneiras de se ter energia por meios que não sejam tão danosos ao meio ambiente. O Brasil com sua imensa costa litorânea e sua localização próxima a linha do equador, possui naturalmente um grande potencial de gerar energia por outros meios que não os que utilizam combustíveis fósseis.
Acompanhe em nossa página local do Rio Grande do Sul a nossa luta por um mundo por energia mais limpa e justa.