Uma hora foi suficiente para que dezenas de estudantes que participaram do XXVI Ciclo de Atualizações em Ciência Biológicas da Universidade Federal do Paraná pudessem conhecer os riscos e perigos do fraturamento hidráulico, método não convencional para exploração do gás de xisto que impacta severamente as reservas de água, o solo e ar.
“O Fracking provoca a fragmentação do ecossistema e não há tecnologia para mitigar seus impactos, tratar os resíduos e recuperar a biodiversidade”, explicou Sabine Poleza, bióloga e voluntária da campanha Não Fracking Brasil.
Em função do tema central do ciclo ser ‘Mulheres na Ciência’, Sabine enfatizou os danos para a saúde dos seres vivos, todos irreversíveis devido aos produtos químicos utilizados no processo de extração do gás metano da rocha de xisto. “A maioria dos químicos é cancerígena e radioativa e misturada à água chega aos aquíferos e reservas de água de superfície contaminando tudo o que encontrar no caminho”, alertou.
Ao final, muitos manifestaram perplexidade diante da falta de informação das autoridades e o fato de que já aconteceram leilões cedendo o subsolo de 15 estados brasileiros para a indústria dos combustíveis fósseis. Todos foram unânimes em afirmar que o Brasil tem potencial para energias renováveis, como solar, eólica e de biomassa, não precisando gerar este tipo de energia poluente e injusta.
A ação faz parte da estratégia da campanha Não Fracking Brasil em levar para as instituições de ensino a discussão sobre o Fracking, informando e mobilizando para evitar que essa tecnologia aconteça no Brasil. A campanha é realizada pela COESUS – Coalizão Não Fracking Brasil pelo Clima, Água e Vida – 350.org Brasil e América Latina e Fundação Cooperlivre Arayara, com o apoio de entidades e organizações sociais climáticas, ambientais, religiosas, da academia, gestores, sindicatos e setor produtivo.
Agente de contaminação e destruição
FRACKING é a tecnologia utilizada para a extração do gás de xisto. Milhões de litros de água são injetados no subsolo a altíssima pressão misturados com areia e um coquetel de mais de 720 substâncias químicas, muitas delas cancerígenas e radioativas. Parte dos resíduos permanece no subsolo contaminando os aquíferos. O que retorna à superfície contamina os rios e nascentes, o solo e o ar, além de provocar câncer nas pessoas e animais.
Onde o fraturamento hidráulico ocorre não há água para consumo humano, o solo torna-se infértil para a agricultura e são registrados severos problemas de saúde, como má formação congênita, esterilidade nas mulheres e homens, abortos e doenças crônicas respiratórias.
A tecnologia também está associada a terremotos pelas fortíssimas explosões na rocha do folhelho pirobetuminoso de xisto e ao agravamento do aquecimento global pela emissão do metano.
Por seus impactos severos e irreversíveis para o ambiente, produção de alimentos e saúde o fraturamento hidráulico já foi proibido em dezenas de países e deixa um legado de devastação e destruição onde é utilizado.
Para maiores informações sobre a campanha contra o fraturamento hidráulico, seus riscos e perigos, basta acessar www.naofrackingbrasil.com.br . Seja um voluntário para construirmos um Brasil livre do FRACKING.
Por Silvia Calciolari
Fotos: COESUS/350Brasil