8 novembro, 2018

350.org e COESUS participam do Encontro de Comunidades Atingidas por Mineração

A 350.org Brasil e a COESUS, por meio de seu programa “Fé, Paz e Clima”, participará do Encontro das Comunidades Atingidas por Mineração em Açailândia, Maranhão.

O evento iniciará no dia 9 de Novembro no salão da Paróquia de Santa Luzia, no bairro Piquiá, e contará com participação de aproximadamente 60 membros de comunidades atingidas por mineração, líderes de pastoral que acompanham essas comunidades, religiosos (as), padres e bispos.

O encontro é realizado pelo Grupo de Trabalho sobre Mineração da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a rede Iglesias y Minería e a rede Justiça nos Trilhos, com apoio da 350.org Brasil e da Coalizão Não Fracking Brasil pelo Clima, Água e Vida (COESUS). Serão três dias de atividades reunindo pessoas das dioceses maranhenses de Imperatriz, Zé Doca, Coroatá, Caxias, Bacabal, Balas, Viana e Grajaú, as dioceses de Floriano e Picos, do estado do Piauí e a diocese de Marabá, do estado do Pará. Representantes de organizações sociais também foram convidadas.

O encontro também contará com a participação do bispo de Caxias, Dom Sebastião Lima, o bispo de Floriano, dom Edivalter Andrade, o bispo de Tocantinópolis, dom Giovane Pereira de Melo, o bispo de Imperatriz, dom Vilson Basso,  o assessor das Pastorais Sociais da CNBB, Frei Olavio Dotto,  o assessor do GT Mineração da CNBB Reginaldo Urbano, a secretária executiva do Regional Nordeste 5, Martha Bispo, com representante do Conselho Indigenista Missionário (CIME) e da Comissão Pastoral da Terra (CPT).

Os participantes contarão com hospedagem solidárias nas casas de famílias do bairro. Essa é uma das formas de promover um intercâmbio entre a comunidade de Piquiá e os demais que chegam de outras localidades, estimulando as trocas de saberes. A solidariedade das famílias ao receberem os participantes demonstra o espírito de fraternidade e partilha buscado nesse encontro, que tem como objetivo “aproximar e sensibilizar” ainda mais a igreja católica à temática da mineração e os impactos negativos desse setor na vida das comunidades onde a igreja está inserida.

O encontro oferecerá momentos de estudo da encíclica Laudato Si’, de Papa Francisco, e da carta pastoral da Conferência Episcopal Latinoamericana, “Discípulos missionários custódios da Casa Comum”.

Dentro da programação está prevista uma visita à comunidade de Piquiá de Baixo, conhecida internacionalmente por sua luta contra a poluição gerada pelo polo siderúrgico e para reassentar as famílias do bairro longe das mazelas provocadas por esse setor. Para os organizadores, essa visita é importante, devido à simbologia que representa a luta de Piquiá de Baixo, que, para muitos, é um sinal claro de esperança e resistência ao modelo de desenvolvimento que viola direitos e a vida.

Durante todo encontro haverá espaços para que os participantes também relatem como é a realidade de suas comunidades, promovendo uma troca de experiências e fortalecimento de laços entre pessoas que passam por situações de violações de direitos semelhantes. Cada diocese irá expor e partilhar símbolos, materiais impressos e vídeos, que retratam os modos de vida e conflitos enfrentados em cada localidade.

Para os missionários da paróquia de Santa Luzia, que recebe o encontro e tem na sua história um forte envolvimento em temáticas socioambientais, esse é um momento muito importante, por novamente reafirmar o compromisso com a vida, permanecendo ao lado do povo.

O encontro encerra no domingo (11), com uma celebração eucarística as 11h, aberta ao público e com um almoço comunitário, onde todas e todos estão convidados a partilharem alimentos e celebrar a vida em comunhão.

“A Carta Pastoral do Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM), diz que é nosso dever procurar que se cumpra o verdadeiro desenvolvimento em toda a sua plenitude. Dar uma condição de vida melhor às comunidades, levando-as ao progresso só é realidade quando não há  prejuízos a nossa casa comum criada por Deus. Pois não há desenvolvimento humano quando uma mineradora, ou qualquer outra empresa de atividade extrativista se instala em uma região, polui nossas águas, contamina nossos solos, e o ar que respiramos. Quem sofre diretamente as consequências, infelizmente são as comunidades locais, vide o triste episódio ocorrido em Mariana”, disse Reginaldo Urbano assessor do Bispo Dom João Mamede para assuntos socioambientais, membro do Grupo de Trabalho da Mineração da CNBB, e membro da 350.org.

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INFORMAÇÕES:

QUANDO: 9 a 11 de Novembro de 2018
HORÁRIO: à partir das 14h
ONDE: Salão da Paróquia de Santa Luzia, no bairro Piquiá – Açailândia – MARANHÃO

 

Fonte: Justiça nos Trilhos

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CONTATO:
Reginaldo Urbano, assessor de assuntos socioambientais do Bispo Dom João Mamede e membro da 350.org – Tel: (44) 98436-2754
Renan Andrade, engenheiro ambiental e membro da 350.org e COESUS – Tel: 35 99805-6163