Mais de 350 organizações em todo o mundo estão exigindo que os governos apliquem cinco princípios fundamentais para enfrentar a crise da COVID-19. Os princípios são concebidos para garantir que as pessoas e o meio ambiente sejam protegidos por ações governamentais e para abrir caminho para uma recuperação justa da economia, ao mesmo tempo em que se dá prioridade máxima à necessidade de salvar vidas.
Essas demandas são co-assinadas por organizações de Povos Indígenas, grupos de trabalho e sindicatos, organizações feministas, agências de desenvolvimento, ONGs ambientais e climáticas, órgãos de saúde, grupos de jovens, religiosos e grupos ativistas locais de todos os continentes.
As reivindicações estão sendo entregues aos principais tomadores de decisão do mundo, como por exemplo a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde. Também estão recebendo um forte apoio nas redes sociais e gerando discussões em diferentes partes do mundo.
“A pandemia da COVID-19 exige uma ação rápida e sem precedentes por parte dos governos nacionais e da comunidade internacional. As escolhas que estão sendo feitas agora vão moldar a nossa sociedade durante anos, se não décadas. Essas escolhas devem colocar as pessoas em primeiro lugar e, simultaneamente, acelerar nossa ação contra a crise climática”, afirmou May Boeve, diretora executiva da 350.org.
Os princípios defendidos pelas organizações são:
- Que a saúde de todas as pessoas seja a prioridade máxima.
- Que ações de alívio econômico ajudem diretamente as pessoas.
- Que a assistência vá para trabalhadores e comunidades, e não executivos.
- Que o estímulo econômico crie resiliência para futuras crises, especialmente a climática.
- Que a resposta fortaleça a solidariedade e a comunidade, e não o autoritarismo.
As signatárias da declaração começaram a realizar campanhas em seus canais de comunicação e tomarão uma série de medidas para pressionar os tomadores de decisão e os responsáveis pelas políticas públicas para que levem em conta esses princípios.
“A pandemia demonstra o quanto estamos todos interligados. As soluções que as organizações estão apresentando devem garantir que ninguém fique para trás. Precisamos de uma abordagem global verdadeiramente integrada e que, antes de mais nada, invista na segurança e na saúde de todas as pessoas, mas que, ao mesmo tempo, não perca de vista a transição que nossas economias precisam fazer para longe do carvão, do petróleo e do gás”, disse Brett Fleishman, chefe de campanhas financeiras da 350.org.
Os tipos de respostas previstas pelos signatários incluem o aumento do investimento em sistemas de saúde, pagamentos diretos em dinheiro e transferências para as pessoas, melhoria das condições de trabalho e dos direitos, além de cadeias “verdes”, ou seja, incentivos à tomada de medidas climáticas em qualquer estímulo fornecido a empresas e negócios.
As organizações exigem um pacote de estímulos que ajude a impulsionar a criação de milhões de empregos, sustente as famílias, responda à desigualdade social sistêmica e invista diretamente na garantia de oportunidades para pessoas negras e indígenas, que sofrem desproporcionalmente os efeitos da insegurança econômica.
“A crise climática não vai esperar. Agora é o momento de agir com ousadia, com foco nas pessoas e no meio ambiente. Devemos investir em medidas que nos ajudem a sair dessa crise com o menor impacto possível à saúde e ao bem-estar das pessoas e que nos ajudem a nos preparar para outras crises, em especial a crise do clima”, afirmou Nicole Oliveira, diretora da 350.org na América Latina.
A página da 350.org sobre Retomada Justa traz mais informações sobre as demandas das organizações que assinaram o manifesto e sobre como as pessoas podem apoiar essa campanha.
Informações para a imprensa
Peri Dias
Comunicação da 350.org na América Latina
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