8 junho, 2018

Movimento climático global anuncia mobilização massiva em setembro

Diversos grupos e comunidades nos cinco continentes vão participar da mobilizaçãoUna-se pelo Clima, nos dias que antecedem a Cúpula Global de Ação Climática, na Califórnia 

GLOBAL — Dezenas de milhares de pessoas participarão das ações da mobilizaçãoUna-se pelo Clima, a ser realizada no dia 08 de setembro ou próximo à data. Serão diversas iniciativas locais em cidades, instituições, universidades e lugares de prática religiosa espalhados pelos cinco continentes. Essas mobilizações, previstas para ter início nos dias que antecedem a Cúpula Global de Ação Climática, levarão a luta pelas questões climáticas para dentro de suas próprias comunidades. A mobilização global tem por objetivo colocar em evidência as lutas locais de combate às mudanças climáticas, e aumentar a pressão sobre os governantes que estarão presentes na Califórnia, mostrando a real demanda das pessoas em todo o mundo.

A Cúpula Global, organizada pelo governador da Califórnia, Jerry Brown, ocorre de 12 a 14 de setembro e contará com a participação de representantes de governos nacionais, locais, empresas e outros setores interessados. O objetivo do encontro é apresentar ações de movimentos não governamentais de todo o mundo que combatem as mudanças climáticas, de modo a inspirar um maior comprometimento dos governos nacionais diante desse contexto.

As mobilizações do movimento Una-se pelo Clima pretendem influenciar o encontro, definindo pautas relevantes, demonstrando quem são de fato as verdadeiras lideranças climáticas mundo afora e desafiando os governos a acelerarem o processo de transição justa e equitativa rumo a uma economia com 100% de energia renovável, livre e acessível para todos. Esse avanço só acontecerá com a interrupção de novos projetos relacionados a combustíveis fósseis e com a adoção de uma redução justa e planejada da produção existente.

Representantes de movimentos de jovens e das mais variadas crenças, além de grupos que lutam por justiça social, pelos direitos dos trabalhadores e pelas cidades, apoiam a mobilização Una-se pelo Clima, que nasce a partir da crescente base de militantes do movimento climático. As ações mais importantes da mobilização incluem: milhares de pessoas tomando as ruas de San Francisco (EUA); um dia de ações continentais e eventos na Austrália, na África e nas ilhas do Pacífico, incluindo importantes encontros locais sobre energia livre e renovável; mobilizações em grandes cidades europeias, como uma grande marcha prevista para acontecer em Portugal e um evento emblemático em Kiev (Ucrânia); ações criativas em mais de 17 países da América Latina; e marchas virtuais no leste asiático.

Todas essas iniciativas irão exigir ações mais concretas e reais dos governos locais e nacionais, tendo em vista o momento crítico em que vivemos, no qual a subsistência de populações mundo afora está em risco devido ao crescente impacto da crise climática. Esse movimento é parte de uma onda mais ampla de mobilizações globais que acontecem ao longo deste ano, que incluem as iniciativas Reclaim the Power and Global Frackdown (“Exija o poder” e “Fim do Fracking no Mundo”, em tradução livre).

Juntas, essas ações contribuem para a construção de apoio coletivo para as verdadeiras lideranças climáticas, ampliam a pressão sobre os líderes nacionais que estão falhando em seus compromissos e criam o engajamento necessário para garantir uma transição justa e imediata rumo a um mundo mais equilibrado, justo e sustentável até 2020.

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CONTATOS

Hoda Baraka350.org Global[email protected], +2-01001-840990

David Turnbull, Oil Change International, [email protected], +1-202-316-3499

 

Para mais informações, acesse o site das campanhas:

Una-se pelo Clima ou Zero Fósseis

CITAÇÕES

Essa mobilização global manda uma mensagem aos governos em todo o mundo: estamos engajados em alcançar uma transição justa e imediata para um mundo sustentável e equitativo. Cada vez mais, comunidades em todas as partes abrem caminho em direção a uma matriz energética 100% renovável para todos. Ao mesmo tempo, evitam que novos projetos de combustíveis fósseis sejam desenvolvidos. Os governos precisam receber uma lição dos líderes locais, pois a ciência é clara a respeito das mudanças climáticas e a tecnologia para a transição energética já está pronta. Exigimos ações corajosas e imediatas.” Payal Parekh, Diretora de programas da 350.org.

Comunidades em todo o mundo continuam a se levantar para derrotar a incontrolável indústria de combustíveis fósseis. Sabemos que, se quisermos atingir nossas metas climáticas, devemos trabalhar juntos para interromper qualquer novo projeto com combustíveis fósseis e reduzir a produção já existente em umatransição justa e gerenciada para as energias renováveis. Essas mobilizações serão a mais recente demonstração de força de um movimento cada vez mais forte que está bloqueando oleodutos, fechando minas de carvão e interrompendo perfurações de petróleo e gás todos os dias. Nós não poderíamos estar mais orgulhosos de fazer parte disso.” David Turnbull, Diretor de Comunicação Estratégica da Oil Change International.

O mundo está mudando. As economias estão em transformação. A transição para um contexto de energia 100% livre e renovável é nossa única garantia para garantir empregos, segurança e prosperidade para todos. Por isso, devemos nos mobilizar e exigir uma transição imediata rumo à energia livre e renovável.” Wael Hmaidan, diretor-executivo da Climate Action Network.

Tenho certeza de que os jovens não só na Califórnia, mas em todo o mundo, vão se mobilizar pela luta climática. Precisamos denunciar que nossas comunidades estão ameaçadas e mostrar que a justiça social por meio da justiça climática é a única forma de avançarmos.” Iago Hairon, coordenador-geral da Engajamundo – Brasil.

É necessário buscar alternativas de transição rumo a um modelo com energias renováveis, já que os governos da América Latina insistem em aprofundar a qualquer preço o modelo extrativista, promovendo grandes investimentos no setor, inclusive flexibilizando as legislações ambientais. Por causa de suas ações irresponsáveis, eles estão causando danos aos nossos territórios e violando os direitos coletivos dos povos. Estamos unidos para mostrar que não vamos aceitar isso.” Osver Polo, Coordenador do Movimento Cidadão Contra as Mudanças Climáticas (MOCCIC) – Perú.