Tendo em vista os ataques contínuos às populações mais vulneráveis, o negacionismo climático e a relação promíscua com as empresas ligadas aos combustíveis fósseis, a 350.org embarcou em um processo que prioriza duas áreas de articulação: Clima e migração e justiça econômica.
Articulamos nosso trabalho com grandes parceiros como a campanha Poor People e a coalizão Keep Families Together. Além disso, no Frontline Fund, seguimos apoiando comunidades impactadas na linha de frente das mudanças climáticas e da extração de combustíveis fósseis. Neste ano, criamos iniciativas como:
Esses são apenas alguns dos muitos projetos que temos apoiado para garantir que nossas parcerias estejam conectadas a questões de justiça em sentido mais amplo. Nosso Frontline Fund também seguirá apoiando esforços inovadores para manter os combustíveis fósseis no subsolo e realizar uma transição justa rumo a 100% de energia limpas, livre e renovável, bem como valorizar os trabalhadores que se encontram nas intersecções de desigualdades climáticas, raciais, econômicas e de gênero.
Uma das grandes forças da 350.org é a rede de grupos afiliados, presente em 38 estados norte-americanos. Os grupos de base conquistam mudanças profundas e vitórias significativas em suas comunidades. Aprendemos com o sucesso deles e ajudamos outros grupos a replicarem as estratégias em outras localidades dos Estados Unidos.
Em 2018, lançamos o Innovation Fund para apoiar grupos a realizarem experimentos e documentarem seus aprendizados – iniciativa que já está gerando resultados estimulantes. A primeira rodada de projetos incluiu: mobilização em áreas rurais; criação de redes de lobby estaduais de base; e documentação do engajamento voluntário efetivo e de estruturas de liderança.
Também estamos aprendendo como apoiar melhor os grupos que estão empolgados para levar sua mobilização a um novo patamar. Fizemos uma criteriosa seleção de 10 grupos para um programa de liderança com duração de um ano, chamado Heart & Muscle. Tivemos um primeiro encontro em outubro de 2018 e, na sequência, realizamos webinários mensais em torno de assuntos como o desenvolvimento de organizações igualitárias e a construção de uma coalização efetiva.
Por fim, estamos testando uma série de treinamentos, que chamamos de PowerUp, para ensinar princípios básicos da organização de mobilizações e, mais importante, oferecer apoio direto e tutoria para a manutenção dessas articulações.
Organizamos o Acampamento da Liderança Climática do Leste Asiático para treinar 40 jovens lideranças climáticas de nove países da Ásia. O encontro reuniu participantes dos seguintes países: Indonésia, Filipinas, Tailândia, Hong Kong, Taiwan, Malásia, Singapura, Japão e Coreia do Sul.
Além disso, grupos locais realizaram treinamentos com 30 lideranças jovens do Vietnã e 50 de Hong Kong, com o objetivo de gerar conhecimento sobre a crise climática e sobre como grupos comunitários de jovens podem organizar seus próprios eventos sobre as mudanças climáticas e a poluição do ar.
A 350.org apoiou e amplificou um movimento de base que luta para salvar do conglomerado RWE, ligado ao carvão, uma floresta de 12 mil anos: a Hambach, na Alemanha. Lançamos uma petição que coletou mais de 18 mil assinaturas para proteger a floresta, apoiamos 50 mil ativistas de base com divulgações na imprensa internacional e produção de vídeos, difundimos a mensagem do #HambiBleibt [Hambi fica] nas mídias sociais e mensagens de solidariedade na comunidade global da 350.org.
O movimento de resistência venceu a última batalha para salvar a floresta: uma corte em Münster ordenou que a RWE abandone o projeto. Pode levar meses ou anos para que os tribunais decidam se a RWE tem o direito de explorar o carvão que está embaixo da floresta – e talvez muito mais tempo para que o movimento consiga salvar a floresta de forma permanente.
Mantivemos nosso apoio ao movimento popular de resistência, que já tem seis anos, com o objetivo de impedir a construção da usina de carvão Rampal, no mangue arbóreo de Sundarbans, em Bangladesh. Em novembro, apoiamos o Dia Global de Protestos em Apoio a Sundarbans, realizado em grandes cidades de todo o mundo. Centenas de pessoas foram às ruas em solidariedade ao movimento.
No mês de outubro, em Paris, reunimos 20 membros da comunidade da diáspora de Bangladesh e ativistas para uma série de encontros estratégicos com aliados para impedir a construção da usina. Por fim, treinamos 30 ativistas de base que vivem em Sundarbans, com aulas de narrativas digitais e segurança para garantir uma mobilização segura e a divulgação da sua mensagem em todo o mundo.
Apoiamos ativistas contrários à construção da mina de carvão Phulbari, em Bangladesh. Se construída, será necessário realizar a remoção de 230 mil pessoas, o que provocará um impacto ambiental devastador. Em dezembro, apoiamos o protesto comunitário da diáspora em frente à sede da empresa Global Coal Mining, em Londres, responsável pela mina, e amplificamos sua mensagem nas mídias digitais e na imprensa internacional.
O site trainings.350.org segue sendo um excelente recurso para o movimento em todo o planeta. Em 2018, tivemos um aumento de 371% no tráfego do site – 48 mil sessões únicas com cerca de 120 mil downloads em 11 línguas. Também lançamos oito novas capacitações on-line em cinco línguas. Entre elas, três lições mais interativas do que acadêmicas que permitem a qualquer pessoa participar quando e de onde quiser.
Também estamos compartilhando aprendizados. Temos laboratórios de relatos disponíveis no site para que as pessoas possam aprender com ativistas experientes.
A 350.org segue desenvolvendo e criando recursos abertos para o movimento climático global. Estamos relançando o site gofossilfree.org, que recebeu mais de 500 mil cliques em apenas um ano, servindo como recurso para todas as campanhas mundiais de desinvestimento e contra os combustíveis fósseis. Também criamos o site Una-se pelo Clima, o hub central do dia global que inspirou mais de 250 mil pessoas a batalhar por ações climáticas durante os protestos de 8 de setembro.
Além disso, atualizamos o primeiro mapa de grupos de ações climáticas do mundo, o qual combina dados de fontes variadas para que as pessoas possam se unir a um grupo local ou participar de uma ação específica em sua comunidade.
Por fim, nossa equipe digital foi reestruturada para aumentar a eficiência de nossas iniciativas online, com foco na criação de novas ferramentas de ativismo e de educação sobre melhores práticas para realizar campanhas de impacto.
Nosso movimento de base realiza campanhas de combate às mudanças climáticas em todo o planeta.
O trabalho da 350.org depende da colaboração fundamental de parceiros e voluntários.
Confira nossa prestação de contas, as fundações que nos apoiam e os relatórios de auditoria.