Essa mensagem foi originalmente enviada para todos os apoiadores da 350.org no dia 1/6/11.

Caros amigos,

Os primeiros meses deste ano estão entre os mais emocionantes registrados na história – pessoas em meia dúzia de países se ergueram com bravura em nome dos seus direitos. Muitos deles ganharam, derrubando ditadores que há décadas ocupavam o poder.

Os nossos colegas da 350.org nesses países têm formado – como era de se esperar – uma parte muito significativa do movimento de libertação, e têm nos mantido atualizados sobre como estão se expressando, desde o Twitter até através da arte do grafite. A maioria deles nos conta com frequência o quanto se sentem felizes de finalmente se sentirem em movimento, marchando, correndo,  mexendo-se após anos parados no mesmo lugar.

Essa estagnação foi o que nós sentimos no movimento de clima há alguns anos. Os cientistas nos disseram porquê temos que mudar (e cada recorde de cheias vem dar mais força a essa mensagem). Os engenheiros nos disseram como podemos mudar, ao fazerem com que as turbinas eólicas e painéis solares rapidamente passassem de experiências promissoras a tecnologia testada. Só falta o quando. A única coisa que neste momento está impedindo a mudança é a força do status quo do poder financeiro – todos esses barões do carvão e do petróleo e os seus amigos que ocupam cargos de alto escalão no governo nos mantêm presos na lama poluente da inação.

Por isso, este ano vai ser de movimento em todos os sentidos da palavra. Não só por causa da campanha corpo a corpo que construímos juntos por esse mundo afora nestes últimos dois anos. Mas também em termos de um movimento poderoso, divertido e dramático nas ruas – vamos traduzir em ação a nossa exigência de um futuro livre de combustíveis fósseis e das perigosas mudanças climáticas.

Marque o dia 24 de setembro no seu calendário – é o dia que estamos chamando de Moving Planet: um dia para nos movermos para além dos combustíveis fósseis.

Clique aqui para se juntar a nós.

Nesse dia, vamos inventar as maneiras mais impactantes de colocar literalmente em movimento a mensagem de clima – para mostrar que podemos usar nossas mãos e pés e nossos corações para desencadear uma verdadeira mudança. Em muitos lugares, as pessoas vão andar de bicicleta,  uma das poucas ferramentas  usadas tanto por gente pobre como por gente influente de todo o mundo. Em outros lugares, haverá marchas, passeatas, corridas a pé,  de caiaque, ou skate. Imagine só o espetáculo: milhares de pessoas se movendo em círculos em volta de capitais nacionais, parlamentos, prefeituras.

Mas não será apenas andar a pé ou de bicicleta –  um conjunto de exigências muito claro e muito forte será apresentado. Estas exigências vão variar de país para país, é claro, porque os passos que teremos que tomar dependem de quanto combustível fóssil estamos usando agora.

Para criar este impacto político temos que começar a ganhar força agora mesmo. Nos Estados Unidos, 10.000 jovens ativistas colocaram a bola em campo por meio da conferência Power Shift 2011 e da manifestação em Washington D.C. em abril. Mal podemos esperar para construir essa força em conjunto nos seis meses que se seguem com campanhas online bem poderosas, movimentos de base bem dirigidos a nível local e workshops de ativismo ambiental pelo mundo afora.

Os nossos amigos na Tunísia, Egito, e muitos outros naquela região provaram, nessas últimas semanas, que a mudança pode chegar rapidamente. As maiores conquistas foram feitas sem violência, mas não sem sacrifício. Fizeram-no com coragem, mas também com bom humor; com a internet, mas também com organização cara a cara. Conseguiram movimentar  as coisas em países que pareciam enferrujados. São a nossa inspiração aqui na 350 para os meses que se seguem.

Em frente,

Bill McKibben