27 setembro, 2019

7,6 milhões de pessoas exigem ações na Mobilização Global pelo Clima

Reivindicando justiça climática, a Mobilização engajou multidões em protestos em todos os continentes, promoveu “blecautes digitais” e se consolidou como um do maiores movimentos populares globais da história

  • De 20 a 27 de Setembro, 1,5 milhão de pessoas saíram às ruas na Itália, 1.4 milhão na Alemanha, 800.000 no Canadá, mais de 500.000 nos Estados Unidos, 500.000 na Espanha, 350.000 na Austrália e outros 350.000 no Reino Unido, 195.000 na França, 170.000 na Nova Zelândia, 150.000 na Áustria, mais de 100.000 no Chile, outros 100.000 na Suíça, 70.000 na Suécia, 50.000 na Irlanda, 42.000 na Holanda, 21.000 na Finlândia, 20.000 no Brasil, 15.000 no Peru, 13.000 no México, 13.000 na Índia, 10.500 na Argentina, 10.000 na Dinamarca, 10.000 na Turquia, 10.000 no Paquistão, 6.000 na Hungria, 5.000 na Coreia do Sul, 5.000 no Japão, 5.000 na África do Sul, 3.000 no Pacífico, 2.500 no Equador e 2.000 em Singapura.
  • Os manifestantes exigem o abandono completo dos combustíveis fósseis, o fim das queimadas e do desmatamento na Floresta Amazônica e na Indonésia e uma transição justa e imediata rumo a 100% de energia de energia renovável para todos
  • Celebridades como Gisele Bündchen, Leonardo DiCaprio, Keith Richards, Mick Jagger, Willow e Jaden Smith, Alysia Reiner, Maggie Gyllenhaal, David Gilmour e Dalai Lama apoiaram o movimento nas redes sociais

INTERNACIONAL – Com um total de 7,6 milhões de manifestantes,  a semana das Mobilização Global pelo Clima está a par com o protesto contra a guerra do Iraque de 2003 como um dos maiores protestos globais coordenados da história. De 20 a 27 de setembro, estudantes, mães, pais, sindicalistas, empresários, profissionais da saúde, cientistas, celebridades e outras milhões de pessoas das mais variadas origens, idades, países e religiões foram às ruas para a maior mobilização pelo clima já vista na história.  

Mais de 6.100 eventos foram realizados em 185 países, com apoio de 73 entidades de classe, 820 organizações da sociedade civil, 3 mil empresas e 8.500 sites. 

A chamada Semana do Clima foi realizada em paralelo à Cúpula do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), que reuniu líderes mundiais em Nova York, nos Estados Unidos, por três dias, em uma tentativa de discutir ações emergenciais para enfrentar o colapso climático. Enquanto jovens ativistas faziam discursos emocionados às autoridades, os principais CEOs das empresas de petróleo e gás se encontravam a poucos metros do evento. No dia 23 de setembro, do lado de fora da Cúpula, a 350.org e parceiros desfraldaram uma faixa gigante com a mensagem “A Exxon sabia: façam eles pagar”, apontando a responsabilidade das grandes empresas na crise do clima.

Os próximos anos são cruciais para que as metas do Acordo de Paris sejam atingidas, o que significa cortes drásticos dos níveis globais de emissão de gases de efeito estufa. Porém, enquanto o planeta esquenta e comunidades inteiras perdem seus meios de subsistência e morrem, as grandes empresas dos combustíveis fósseis seguem lucrando com a exploração de carvão, petróleo e gás.

“Esta semana foi uma demonstração do poder do nosso movimento. Foi algo inspirador e histórico. O poder das pessoas é maior do que o das pessoas que estão no poder. Foi a maior mobilização climática de todas, e é apenas o começo. O momentum está do nosso lado e nós não vamos sair daqui”, disse a Fridays For Future Internacional.

“O caminho a seguir é claro: acabar com todos os subsídios e financiamentos públicos para a indústria dos combustíveis fósseis, expulsando-a dos encontros e cúpulas do clima”, disse a diretora-executiva da 350.org, May Boeve.

Para May, “qualquer coisa menor do que isso significa trair mais uma vez as milhões de pessoas que entraram em greve pelo clima nesta semana. Para os executivos dos combustíveis fósseis e aqueles que estão no poder, dizemos: sabíamos que vocês estavam cientes e mentiram. Vamos fazer vocês pagarem pela crise que criaram”.

Além disso, segundo a diretora-executiva da 350.org, “o mercado financeiro precisa se comprometer imediatamente a acabar com todos os financiamentos da expansão dos combustíveis fósseis e a interromper o financiamento da indústria, de forma compatível com a meta de 1,5 °C. Eles devem fazer isso em suas operações bancárias, em respeito aos direitos humanos, incluindo os direitos dos indígenas, e explicar publicamente qual será o plano de ação”.

Ela complementa: “Seguiremos lutando até que os políticos parem de ignorar a ciência e as empresas ligadas aos combustíveis fósseis sejam responsabilizadas por seus crimes contra o planeta, o que deveria ter acontecido há décadas”.

Ao longo dos próximos 12 meses, os ativistas planejam realizar uma série crescente de ações para pressionar governos em todo o mundo. Joel Enrique Panichine, organizador de campanhas da Fridays For Future Chile, país que sediará a próxima Cúpula das Nações Unidas sobre o Clima (COP 25), em dezembro, disse que o movimento na América Latina não vai parar até que os líderes mundiais ouçam os manifestantes e comecem a eliminar os combustíveis fósseis de forma concreta. 

“Hoje, no Chile, marchamos de Arica a Punta Arenas, onde pessoas de todas as idades, organizações e instituições deram sua voz, uma voz que se levanta corajosamente para pedir aos políticos do mundo que não façam mais discursos duplos e ações que busquem o ‘bom viver’, ou como dizem em minha comunidade, o küme mongen“. Joel se identifica como parte do povo Mapuche e afirma que lutar pelo clima também significa honrar os valores de todos os povos indígenas e comunidades tradicionais ao redor do mundo.

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