Durante dois dias, integrantes da 350.org Brasil e COESUS – Coalizão Não Fracking Brasil – e de entidades e organizações convidadas participaram de um workshop em Curitiba para compartilhar teoria e técnica sobre ativismo criativo. O evento faz parte do cronograma de atividades para formação de lideranças para ampliar o ativismo no contexto das mudanças climáticas, um movimento que a cada ano cresce no mundo.
A fotógrafa Oriana Eliçabe, membro do Coletivo Enmedio de Barcelona, trouxe a experiência de grupos europeus que estão engajados no movimento que procura alertar a população sobre estas questões, com ações criativas e ao mesmo tempo pedagógicas. “Somos um coletivo com profissionais de várias áreas e temos a missão de promover a discussão dos diversos problemas que afetam a sociedade e assim mudar a realidade, sempre com criatividade e estabelecendo um novo paradigma para o ativismo”, explica Oriana. Veja as fotos do evento na página da 350.org Brasil no Facebook.
Movimento global
A 350.org Brasil representa um movimento global que denuncia as mudanças climáticas, que já são sentidas até mesmo no Brasil. “Já começamos a registrar os seus efeitos e vivenciar os eventos radicais do clima causados pelo aquecimento global devido ao aumento das emissões”, afirma diretora Nicole Figueiredo de Oliveira. Além dos recordes de calor, o mês de agosto foi o mais quente da história, há registros de volume excessivo de chuva e crise no abastecimento de água em regiões que não apresentavam esses problemas.
Nicole explica que “o objetivo da 350.org é mostrar que os governos são os maiores responsáveis ao não investir na produção de energias limpas e renováveis. Devemos deixar os combustíveis fósseis no solo e pressionar para que esta realidade mude antes que o planeta entre em colapso”.
Campanha Não Fracking Brasil
No Brasil, a 350.org é parceira da COESUS na campanha para impedir que o fraturamento hidráulico, o chamado fracking, comece a ser feito no Brasil.
Fracking é um processo destrutivo usado para extrair gás da rocha de xisto que se encontra no subsolo. É preciso perfurar um poço profundo e injetar milhões de litros de água misturados a centenas de produtos tóxicos e cancerígenos e toneladas de areia a uma pressão alta o suficiente para fraturar a rocha e liberar o gás metano.
Em todo o mundo, as comunidades estão exigindo a proibição imediata desta prática perigosa, pois contamina a água que serviria para o consumo humano, indústria e agricultura e também os lençóis freáticos com centenas de produtos químicos utilizados no processo. Além dos impactos ambientais, econômicos e sociais, o fracking já está associado a terremotos e também contribuiu para as mudanças climáticas.
De acordo com o fundador da COESUS e coordenador nacional da Campanha Não Fracking Brasil, Dr. Eng. Juliano Bueno de Araujo, “a decisão do Ministério de Minas e Energia e da Agência Nacional de Petróleo e Gás Natural (ANP) em abrir as portas do país para operações de fracking representa uma séria ameaça para a água que bebemos, para o ar e também para a nossa saúde. Não queremos arriscar, pois fracking mata tudo que está a sua volta”.
Acesse todas as fotos do workshop na página da 350.org Brasil no Facebook e saiba mais sobre a campanha acessando www.naofrackingbrasil.com.br