Ministra Marina Silva se reúne com mais de 200 ativistas climáticos de mais de 70 países no evento Renovando Nossa Energia, liderado pela 350.org

Kathleen Lamayo/350.org
Brasília, 17 de abril de 2025 – A Ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, participou do último dia do evento “Renovando Nossa Energia“. O encontro organizado pela 350.org reuniu mais de 200 lideranças climáticas de mais de 70 países perto de Brasília com o intuito de impulsionar a transição energética justa, um marco estratégico rumo à COP30.
A Ministra Marina Silva lidera este ano uma instância proposta pelo presidente Lula chamada “Balanço Ético Global“. Segundo o governo brasileiro, esta iniciativa “promoverá diálogos em diferentes regiões do mundo para refletir sobre como alinhar decisões ao objetivo inegociável de manter o aquecimento global a 1,5°C.” Este ano, durante o Acampamento Terra Livre (ATL), grupos indígenas da floresta Amazônica e do Oceano Pacífico declararam que “lideranças indígena e de comunidades tradicionais, a transição energética justa, financiamento direto e a preservação integral das florestas, oceanos e solos, é o ponto de partida para qualquer discussão sobre o Balanço Ético Global.
A visita da Ministra Marina Silva ao evento também aconteceu dias após mais de 40 ativistas do encontro levarem às portas do Palácio do Itamaraty painéis solares e uma faixa de mais de 20 metros feita pelo artista Mundano com cinzas de queimadas da Amazônia, clamando pela liderança do Brasil na COP30 rumo a uma transição energética justa. A ação no Itamaraty pediu uma resposta direta a uma carta entregue à presidência da COP30 durante o ATL, assinada por mais de 180 organizações de todo o mundo e milhares de pessoas em uma petição online, exigindo que o fim dos combustíveis fósseis, a transição energética justa e a liderança indígena e tradicional estejam no centro das decisões da COP30.
Marina Silva, Ministra do Meio Ambiente do Brasil, disse:
“A gente tem que pensar na raiz do problema climático. Será que alguém ainda não sabe que a raiz do problema é o uso de combustíveis fósseis? Todo mundo sabe disso, isso inclusive já foi acordado na COP28 – Agora é implementar, implementar, implementar.
Se nunca planejarmos, se não fizermos um mapa do caminho, não colocarmos metas, se continuarmos usando combustíveis fósseis, não conseguiremos avançar. Em 2025 nos reuniremos em Belém e já decidimos que diante da iminência do ponto de não retorno da crise climática, nós vamos implementar o que discutimos nas últimas décadas.
A ideia de justiça climática e a transição energética justa precisa ser cada vez mais reforçada e sobretudo considerada em todas as etapas do processo de negociação e planejamento. E que isso seja feito com sabedoria.
A ciência é capaz de antecipar muita coisa, mas geralmente só consideramos a ciência dos saberes ocidentais. Existe uma outra ciência, a do saber narrativo, dos saberes ancestrais, que dizem a mesma coisa, mas com um diferença: dizem e fazem. Fazem porque a sua vivência é coerente com aquilo que dizem.
Então eu quero que a COP30 também seja um espaço de aprendizagem, que os círculos criados pela presidência da COP30 possam efetivamente contribuir com o espaço oficial das negociações.
O que precisamos é uma nova perspectiva. Ela pode parecer sonhadora, mas é só ela que vai nos salvar. Ainda bem que temos bons professores.”
Ilan Zugman, Diretor da 350.org para a América Latina e o Caribe, disse:
“A visita da Ministra Marina Silva ao nosso evento é um sinal que o chamado está sendo ouvido – Se quisermos falar de um balanço ético este ano, não podemos deixar de fora as pessoas que são mais afetadas pela crise climática e no entanto tem menos responsabilidade por ela. Por isso, neste mês, lideranças, ativistas, e influenciadores do mundo demandaram que o fim dos combustíveis fósseis, a transição energética justa e a liderança indígena e das comunidades tradicionais estejam no centro da discussão da COP30. Não vamos aceitar menos que isso.”
Cacique Ninawa, povo Huni Kui, Brasil, disse:
“A visita da Ministra é um sinal forte para o país e para o mundo. Precisamos de coragem política para nos reconhecer, eliminar de vez o uso de combustíveis fósseis, acelerar uma transição justa e financiar aqueles que mais tem feito no enfrentamento da crise climática – Nós, povos indígenas e tradicionais somos as verdadeiras autoridades climáticas e guardiões do planeta.”
George Nacewa, Pacific Climate Warriors, disse:
“Este é um momento crítico para nosso povo; a era da deliberação já passou há muito tempo. Precisamos que a COP deste ano seja a que lidere a transição energética e que o mundo saia das palavras para as ações. Agora, cabe à Presidência da COP do Brasil decidir se eles darão atenção à liderança climática indígena e tradicional que vimos e ouvimos nas últimas semanas ou se continuarão nos levando a uma catástrofe climática.”
Nota ao editor:
Link para fotos e vídeos da ação em frente ao Itamaraty
Link para fotos e vídeo da entrega da carta para o presidente da COP30 no ATL
Link para fotos do evento “Renovando Nossa Energia”
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