Por Caroline Kwasnicki

Combater as mudanças climáticas para salvar o planeta: essa é só uma – grande – parte da história. A verdade é que o caos climático não é apenas uma questão ambiental. É também econômica e de justiça social, pois no fim das contas, os desastres e acidentes não escolhem hora nem lugar para acontecer, mas nós sabemos que quem sofre mais com os impactos são as comunidades menos resilientes – e que muito provavelmente foram as que menos contribuíram para chegar onde estamos.

Por isso, não podemos mais agir passivamente e deixar mais esse problema na conta do planeta. O caos climático é um dos maiores desafios que a humanidade já enfrentou. E um dos principais fatores que contribuíram para o aquecimento global, intensificador das mudanças climáticas, são os combustíveis fósseis. Precisamos avançar várias casas no jogo para ficarmos livres da aparente dependência dessa fonte de energia e buscar por alternativas mais sustentáveis e limpas para o nosso planeta e para todos. Elas já existem! Mas nós precisamos acelerar essa transição.

Não podemos deixar essa responsabilidade apenas nas mãos de nossos representantes, que incansáveis vezes já incentivaram ou ainda continuam a incentivar a indústria fóssil. Seja por ignorância, por oportunismo ou por corrupção. Ou simplesmente por parecer ser o caminho mais fácil. A mudança também depende de nós. E é aí que o ativismo climático entra.

Manifestação pacífica no Rio de Janeiro contra as rodadas do Pré-sal em 2017

“Juntos somos mais fortes” é um clichê, mas é também um fato. Nós sabemos que com pressão popular, quando trabalhamos unidos, é possível encarar a ameaça e construir um mundo livre dos combustíveis fósseis. Ser ativista e lutar pela causa climática é defender a vida. Levantar nossas vozes é necessário, e quanto mais pessoas seguem engajadas e preocupadas com as questões ambientais, mais forte o movimento fica. Quando construímos o poder local, essas vozes são impossíveis de serem ignoradas.

Você quer construir um mundo livre dos combustíveis fósseis? A campanha global Zero Fósseis propõe uma revolução energética, que pede o fim do crescimento da indústria fóssil e uma rápida transição para fontes de energia 100% renováveis, livres e justas para todos. Vem com a gente. Nós precisamos de você!

Curso de Ativismo Climático

A 350.org Brasil vem realizando uma série de cursos gratuitos sobre Ativismo Climático, com o objetivo de falar sobre as mudanças climáticas e seus impactos, de compartilhar experiências e ferramentas para novas campanhas, de ajudar no desenvolvimento do pensamento estratégico e a desenhar estratégias coletivas de atuação.

Essa é uma ação da campanha global Zero Fósseis da 350.org, que precisa das comunidades locais que queiram acabar com a era dos combustíveis fósseis para conquistarmos, juntos, uma transição justa para um futuro com fontes de energia 100% renováveis e livres.

Em novembro do ano passado, os alunos da UniCesumar Maringá participaram do curso ministrado pela diretora da 350.org Brasil e América Latina, Nicole Oliveira. Eles tiveram a chance de aprofundar o conhecimento sobre as mudanças climáticas, além de desenvolver estratégias coletivas de atuação e ferramentas para campanhas.

“Participar do curso de Ativismo Climático da 350.org Brasil foi algo que mudou a minha vida. Entender o que está acontecendo com o planeta e o que estamos fazendo com ele, foi um choque de realidade. Mas aprender o que podemos fazer para mudar esse cenário é uma oportunidade incrível. Começar por mim e propagar esses conhecimentos é um objetivo de vida agora. Eu só tenho a agradecer à 350.org e à Nicole por essa mudança na minha vida”, comenta Yasmin Rodrigues, do curso de Ciências Biológicas da UniCesumar.

Yasmin Rodrigues com outros colegas durante o curso na Unicesumar

Já em janeiro desse ano foi a fez de Peruíbe receber o curso de ativismo climático. Vários moradores participaram e continuam engajados com as causas ambientais do município. “O trabalho desenvolvido por essas instituições é sério, incansável e emocionante! A partir da reflexão de que ‘somos todos um’, somos orientados e alertados para a necessidade da justiça social e ambiental, para o bem da qualidade do ar que respiramos, da água que bebemos e para a preservação da vida em nosso frágil planeta Terra”, relata Roselly Pizzolotti, uma das participantes do curso.

Roselly Pizzolotti durante o curso de Ativismo Climático em Peruíbe

Lembrando que recentemente a comunidade de Peruíbe encarou uma longa batalha contra a instalação de uma usina termelétrica na cidade. Graças à pressão popular, os vereadores da cidade aprovaram uma emenda à lei orgânica que impede o projeto da construção de termelétricas no município e de outros empreendimentos poluentes. Peruíbe é não só um exemplo de ativismo climático, mas um exemplo para o Brasil e para outros países na luta contra a indústria fóssil e de que é possível, sim, caminhar rumo a um mundo livre dos combustíveis fósseis.

Você gostaria de ver esse curso acontecendo em sua cidade? Envie um e-mail para [email protected] com os seus dados e conta pra gente se você conhece outras pessoas que teriam interesse em participar também!