Depois de quatro milhões de pessoas terem marchado durante a Mobilização Global pelo Clima na última sexta-feira (20), as contestações contra os líderes mundiais que estão reunidos na Cúpula de Ação Climática da Organização das Nações Unidas (ONU) seguem com toda força.

Na tarde de ontem (23), os presentes indicaram a incapacidade dos tomadores de decisões de agirem contra a emergência climática, deixando claro que pretendem manter a pressão sobre eles até que sejam feitas mudanças concretas nas políticas do clima.

“Os líderes mundiais dizem que sabem que nossa casa está em chamas, mas eles mesmos estão colocando mais combustível nesse fogo climático – May Boeve, diretora-executiva da 350.org”

Greta Thunberg, precursora do movimento, falou em seu apaixonado discurso que os políticos estão falhando com os mais jovens e que eles não vão escapar de lidar com as consequências disso. Greta também disse aos líderes mundiais que as mudanças estão chegando – “gostem eles ou não” – e pediu para que se juntassem à ciência para manter o aquecimento global abaixo de 1,5ºC. 

Apesar da enorme (e decepcionante) falta de compromissos esperados para a Cúpula e dos desafios vindo de líderes como Trump, Putin e Bolsonaro, os últimos meses estão mostrando que as mudanças na política climática estão acontecendo. 

“As greves climáticas estão causando um impacto”, disse May. “O momentum está do nosso lado e o que estamos vendo hoje são políticos tropeçando em si mesmos para tentar se recuperar”, completou. 

“Os jovens que lideram este movimento não querem elogios ou batidinhas nas costas, eles querem ações reais e concretas para deixar os combustíveis fósseis no chão e reduzir as emissões. Eles não vão desistir e nós também não: a era suja dos combustíveis fósseis acabou”.

Também ontem (23), a 350.org e seus aliados fizeram uma ação diante uma cúpula de Petróleo e Gás que acontece perto da ONU, abrindo uma bandeira gigantesca com a frase “ExxonKnew: Make Them Pay” (ExxonKnew: Faça-os pagar). Outras ações devem acontecer ao longo da semana em todo o mundo.

 

 

No Brasil, depois de 60 mil pessoas se reunirem no dia 20, estão marcadas diversas mobilizações, como a Marcha Global pelo Clima em Defesa da Amazônia e do Cerrado, no dia 27 de setembro, em Teresina (PI), e a 2ª Marcha Gaúcha do Clima, programada para o dia 29, em Porto Alegre (RS).

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Paulinne Giffhorn | [email protected]