Por Silvia Calciolari

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Francisco Beltrão, cidade polo da região, proibiu operações para exploração do gás de xisto e servirá de modelos para as demais que ainda estão desprotegidas (Foto: João Danieli/COESUS/350Brasil).

 

“Ao contrário de outras regiões do Brasil, no Sudoeste do Paraná estamos intensificando a campanha contra a exploração do gás de xisto por fraturamento hidráulico (fracking) a partir de Francisco Beltrão, cidade polo que servirá de modelo para as outras que ainda não têm a legislação que proíbe essa e outras atividades minerárias”. A afirmação é de Juliano Bueno de Araujo, coordenador de Campanhas Climáticas da 350.org e da COESUS – Coalizão Não Fracking Brasil pelo Clima, Água e Vida.

Juliano comemorou a aprovação por unanimidade na Câmara Municipal de Francisco Beltrão na última segunda-feira, 05, do projeto de Lei de autoria da vereadora Elenir de Souza Maciel (Foto) que proíbe operações de fracking na cidade. “Na verdade, a cidade já tinha aprovado uma legislação em 2015 que estava defasada. Agora, a população da cidade e do campo está definitivamente protegida ao banir para sempre o fraturamento hidráulico e qualquer outra exploração de combustíveis fósseis que provoque contaminação e destruição”, completou.

Seminário regional

Com o apoio de gestores públicos, parlamentares, lideranças políticas, religiosas e dos movimentos sociais, o projeto de Lei elaborado pela COESUS e 350.org Brasil será encaminhado para as 42 cidades da região. Outra ação é a realização no próximo dia 19 de junho de um seminário regional que irá apresentar os riscos e perigos do fracking que está sendo coordenado pela Associação de Estudos, Orientação e Assistência Rural (ASSESOAR) e terá a participação de representantes da COESUS.

“Estamos fazendo um esforço para ampliar a proibição do fracking, inclusive a pesquisa sísmica, e proteger toda a nossa região, inclusive dos testes sísmicos”, garantiu Esmeralda Gusmão, voluntária da Defesa Civil e da campanha Não Fracking Brasil.

A passagem dos caminhões vibradores pelas cidades do Sudoeste do Paraná gerou pânico na população e causou prejuízos nas edificações, pontes e estradas. O temor de novos terremotos induzidos fez com que os prefeitos e vereadores fossem pressionados pela população para aprovar a legislação proibitiva.

No Brasil, mais de 350 cidades já proibiram o fracking, a maioria delas no Paraná. Só no Norte e Norte Pioneiro, mais de 50 já aprovaram no último ano e outras 50 debatem desde fevereiro a proposta. A campanha também está crescendo em São Paulo, Mato Grosso, Maranhão, Piauí, Ceará e Bahia.