“Nós estamos afundando e eles continuam se amando!” – ao som do hit romântico “My heart will go on” eternizado pelo filme Titanic, o coletivo Clímax Brasil, que propõe tirar as mudanças climáticas do armário, escancarou o caso de amor entre a Embrapa e a CNA, além do namoro da Monsanto com a Conclima no último dia da 1a. Conferência Nacional de Mudanças Climáticas Globais (Conclima), que aconteceu de 9 a 13 de setembro em São Paulo, SP, e marcou o lançamento do 1o. Relatório de Avaliação Nacional sobre Mudanças Climáticas.
O relatório anunciou que se não mudarmos a forma com a qual nos desenvolvemos, produzimos e consumimos, as populações mais pobres serão as mais afetadas pelas mudanças climáticas.
A Monsanto, gigante corporação multinacional que comercializa sementes transgênicas enquanto finge estar oferecendo soluções para o clima, foi uma das patrocinadoras da Conclima.
O Governo Brasileiro, por meio das agências que deveriam tratar este tema como prioritário, vem tratando com desdém assuntos como o desmatamento, o avanço desenfreado da indústria e a entrada do carvão na matriz energética.
A Embrapa, que deveria tomar medidas para conter os malignos planos ruralistas de desmatamento e genocído indígena, não esconde a parceria com a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), uma das grandes responsáveis pelo retrocesso na legislação ambiental do país, que também está ameaçando os direitos dos povos indígenas. De acordo com o relatório, a agropecuária responde por 35% das emissões de gases de efeito estufa do Brasil. O relatório também diz que 70% da área desmatada da Amazônia virou pasto ou soja.
Fomos à CONCLIMA para exigir que o Governo Brasileiro dê prioridade ao coletivo e não ao interesse privado de algumas corporações.