A COP 21, Conferência do Clima organizada pela ONU com o objetivo de se construir um acordo global para diminuir as emissões dos gases de efeito estufa, começou em Paris com uma certeza: A solução para evitar o aumento da temperatura do planeta passa pelo investimento em energias renováveis. E tem que ser agora.

“Vamos deixar os combustíveis fósseis no solo e viabilizar uma transição onde os investimentos em energias limpas e renováveis passem a ser prioridade. O hidrocarboneto está com os seus dias contados”, afirmou Nicole Figueiredo de Oliveira, diretora da 350.org Brasil.

Defensora contundente de princípios sociais, econômicos e políticos pautados pela ideia do carbono zero e justiça climática, Nicole acredita que “a pressão da população mundial sobre os governantes tem aumentado, uma vez que as mudanças climáticas já vêm afetando a forma de vida como conhecemos”.

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Em todo o mundo, manifestações reuniram milhões de pessoas para cobrar um acordo climático para evitar que o aumento da temperatura fique abaixo dos 2 Graus. Em Curitiba aconteceram a primeira Bicicletada Climática Global e Mobilização Mundial pelo Clima, reunindo centenas de pessoas na véspera da COP 21.

Fracking intensifica as mudanças climáticas

No Brasil, a 350.org é parceira da COESUS – Coalizão Não Fracking Brasil e Fundação Arayara Cooperlivre na campanha contra a exploração minerária do gás não convencional, também conhecido como gás de xisto, e que utiliza a metodologia de fraturamento hidráulico, chamado mundialmente por FRACKING. Tecnologia altamente poluente e danosa, fracking ainda atua como intensificador das mudanças climáticas, pois libera sistematicamente o metano, com potencial 86 vezes maior para o efeito estufa que o CO².

Na participação da Presidente Dilma Rousseff durante a abertura da conferência em Paris, ela prometeu que o governo brasileiro irá reduzir em 43% as emissões até 2030, promessa esta principalmente baseada na redução do desmatamento.

Enquanto os olhos do mundo se voltam para as florestas, a Agência Nacional de Petróleo e Gás Natural (ANP) insiste em leiloar campos para a exploração de gás não convencional em 15 estados.

Para o coordenador nacional da COESUS, Dr. Eng. Juliano Bueno de Araujo, “é um paradoxo, para dizer o mínimo, o governo brasileiro dizer que irá reduzir emissões e fazer fracking. São atividades antagônicas e excludentes”.

Para Juliano, o Brasil tem potencial para produção de energia limpa e renovável, seja a hídrica, solar, eólica e de biomassa: “Este processo minerário causa danos irreparáveis à saúde humana e atividades agropastoris. Tendo como principal preocupação a contaminação das águas de superfície e subterrâneas dos principais aquíferos brasileiros, poderá gerar impactos que irão inviabilizar a pecuária, agricultura e provocará uma crise sem precedentes no abastecimento de água que hoje já passa por uma terrível crise”, enfatiza.