Centro de São Francisco do Sul. Foto – Defesa Civil/SC

Os alertas da Defesa Civil tem sido constantes em várias regiões do Brasil: temporais, vendavais, risco de deslizamentos. E o sul do Brasil sofreu nas últimas semanas as consequências do caos climático.  A chuva com ventos fortes deixou rastros de destruição em vários municípios de Santa Catarina: alagamentos, vendavais, temporais e queda de árvores. Muitas cidades ficaram sem energia.

Segundo a Defesa Civil de Santa Catarina, os ventos atingiram a velocidade de 89km/h em Chapecó, 81 km/h em Água Doce, 79 km/h em Caibi, e 45 km/h na capital, Florianópolis. No litoral Norte, em São Francisco do Sul, o vendaval assustou moradores e causou estragos especialmente no centro da cidade. Houve quedas de árvores sobre casas, via pública e rede elétrica. Cerca de cinco mil consumidores ficaram sem energia elétrica e 60 edificações tiveram destelhamentos. Parte da BR 280 também  ficou interditada devido as árvores na pista. No oeste do estado, houve registro de destelhamentos em Chapecó e Marema.  Na Grande Florianópolis, São José, Palhoça e Balneário Camboriú a chuva causou inúmeros alagamentos.

Casa destruída por vendaval em Marema. Foto – Defesa Civil/SC

Os alertas continuam para fortes temporais em diversas áreas e nos chama atenção no momento em que a Organização das Nações Unidas (ONU) vem reforçando a relação entre ao aumento global das temperaturas e os desastres climáticos. Especialistas em clima da NASA anunciaram recentemente que o ano de 2017 foi o segundo mais quente da história, mesmo sem os efeitos do fenômeno El Niño.
O anúncio reforça a tendência de que o planeta está sentindo os efeitos das mudanças do clima e é necessário agir urgentemente para que os resultados não sejam ainda piores e irreversíveis. A agência meteorológica da ONU também  alertou que a pressão contínua sobre o Ártico em 2017 terá “repercussões profundas e duradouras no nível do mar e nos padrões climáticos em outras partes do mundo”, intensificando os eventos climáticos extremos.

É urgente portanto que atuação frente ao aquecimento global e às mudanças climáticas seja intensiva. “É preciso que se quebrem discursos vazios que nos distanciam das causas, como se nada pudéssemos fazer para conter essas mudanças. É urgente que se reduza a emissão de gases de efeito estufa, com o combate severo e o desinvestimento em projetos de combustíveis fósseis, o combate ao desmatamento e uma mudança geral de padrões de comportamento e consumo”, alerta Nicole Figueiredo de Oliveira, diretora da 350.org Brasil e América Latina

“A tendência de temperatura em longo prazo é muito mais importante do que o ranking de anos individuais, e essa tendência é ascendente”, disse Petteri Taalas, secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM), um organismo técnico vinculado à ONU.  “As temperaturas contam apenas uma pequena parte da história. O calor em 2017 foi acompanhado pelo clima extremo em muitos países pelo mundo”, acrescentou Taalas. Segundo ele, os Estados Unidos tiveram seu ano mais difícil em termos de clima e desastres climáticos, enquanto outros países viram seu desenvolvimento desacelerado ou revertido por ciclones tropicais, inundações e secas.