Caros amigos,

Segue um breve relato de Durban, África do Sul, onde acontecem as negociações da ONU para renovar o acordo climático global.

Primeiro, algumas notícias não muito agradáveis:

* As negociações climáticas da ONU ainda não geraram boas notícias para serem compartilhadas. Muitos de vocês provavelmente se lembram do fracasso dos países em alcançar um compromisso ambicioso, justo e com força de lei em Copenhague. No último encontro que aconteceu ano passado em Cancun, apenas se ouviu um boato no sentido de que “o processo havia sido salvo”.

* Nas semanas anteriores à conferência aqui em Durban, os países nos indicaram que simplesmente manterão o processo atual em andamento por um período de 4 a 9 anos antes de assumir o tipo de compromisso requerido. De 4 a 9 anos! Nas palavras dos nossos parceiros da Aliança dos Pequenos Estados Insulares (AOSIS), esse tipo de negociação é totalmente “imprudente e irresponsável”. Um tratado justo, ambicioso e com força de lei sobre o clima já deveria ter sido assinado e é um crime defender que se espere mais.

* Este é o desafio que enfrentamos em Durban: governos dispostos a conversar indefinidamente evitando os compromissos exigidos deles.

Apesar do incrível movimento climático que surgiu ao redor do mundo nestes últimos anos, mobilizando e unindo de uma forma nunca antes vista, apesar de mais de 100 países declararem abertamente a necessidade de um acordo que nos coloque outra vez abaixo das 350 partes por milhão (ppm) para “garantir a sobrevivência de todos os países e pessoas”, ainda não vimos o progresso que gostaríamos.

Corporações, particularmente a indústria dos combustíveis fósseis, estão poluindo não só o nosso ambiente senão a nossa política. Estão fazendo tudo que está a seu alcance (e investindo muito dinheiro) para bloquear as ações que a ciência e a justiça exigem. Ou seja, nós ainda temos muito trabalho pela frente.

Mas a imagem que está se formando em Durban não é apenas a de uma burocracia vacilante, é também a de esperança e colaboração. Aqui no continente, o movimento climático está unido a movimentos sociais de base. Estas conexões começaram semana passada quando centenas de jovens de todo o continente e ao redor de todo o mundo se reuniram para a “Conferência da Juventude”. Esta foi a 7ª conferência deste tipo, mas foi a primeira vez que os jovens africanos superaram em número aos jovens da Europa, das Américas, da Oceania e da Ásia. E foi impressionante.

A Conferência da Juventude estava repleta de uma energia incrível, uma energia alegre e contagiante. O tempo inteiro irrompíamos em canções e gritos de “Amandla Awethu!” (Poder para o povo). Esta é uma das maiores dádivas que o movimento climático na África tem para compartilhar com o mundo: a alegria e o amor dos movimentos populares expressados por meio da música.

As vozes poderosas vindas da África do Sul foram uma inspiração para as “Ondas do Rádio”, uma chance de elevarmos as nossas vozes e, juntos, ocuparmos as ondas do rádio para ajudar a divulgar este movimento.

Escute a nova música “People Power” e una-se a: radiowave.350.org

As “Ondas do Rádio” serão executadas por mais um curto período de tempo, embora os recursos permaneçam para apoiar o movimento, nas rádios, no futuro. Com a atenção internacional voltada para o movimento climático e para as negociações na África durante estas semanas, este é o melhor momento para espalhar a onda. Então, se você ainda não faz parte, junte-se às Ondas Rádio levando sua voz a uma rádio local e compartilhando a canção o mais amplamente possível.

Vamos divulgar: há um movimento crescente e pronto para reconstruir nosso mundo.

Amandla Awethu,

Samantha Bailey por toda equipe 350.org