28 outubro, 2025

Semanas antes da COP30, Furacão Melissa mostra o custo da inação: 350.org pede justiça climática agora

28 de outubro de 2025 – Enquanto o Furacão Melissa – agora uma tempestade de Categoria 5 – atravessa a Jamaica com ventos catastróficos e chuvas torrenciais, a 350.org alerta que o Caribe mais uma vez paga o preço mais alto por uma crise que não causou. O desastre acontece apenas duas semanas antes da COP30, onde líderes mundiais devem apresentar um plano concreto para acabar com a expansão dos combustíveis fósseis e manter o aquecimento global abaixo de 1,5 °C, meta que agora estamos perigosamente ultrapassando.

Amira Odeh, ativista do Caribe na 350.org, alerta: “O que está acontecendo na Jamaica é o que a injustiça climática realmente parece. Cada casa sem eletricidade, cada hospital inundado, cada família isolada pela tempestade é consequência da inação política. Não podemos continuar perdendo vidas caribenhas por causa da ganância da indústria de combustíveis fósseis. À medida que os líderes mundiais se dirigem à COP30, eles precisam entender que cada atraso, cada novo projeto de combustíveis fósseis significa mais vidas perdidas. A Jamaica é o último alerta, e Belém precisa ser o lugar onde finalmente vejamos uma mudança de rumo. O Caribe está soando o alarme mais uma vez. Desta vez, o mundo precisa ouvir.”

Enquanto Melissa devasta a Jamaica, o mundo testemunha o que a falta de ação climática realmente significa. Em todo o Caribe, comunidades têm enfrentado repetidamente tempestades catastróficas, muitas vezes com sistemas de energia frágeis demais para se recuperar rapidamente. O Furacão Maria em 2017 deixou Porto Rico às escuras por meses, causando mais de 4.000 mortes. Em 2024, o Furacão Beryl devastou Granada, São Vicente, Barbados e outras ilhas, quebrando também recordes meteorológicos. Agora, 2025 está prestes a se tornar o ano mais quente já registrado, com temperaturas globais já ultrapassando 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais por vários meses deste ano. O que antes era um alerta se tornou a realidade vivida por milhões de pessoas.

“Estamos bem no momento, mas nos preparando para o pior”, disse a ativista climática jamaicana Tracey Edwards, enquanto o Furacão Melissa se aproximava da ilha. Edwards já enfrentou vários desastres climáticos no país. “Estou cansada dessas ameaças e não quero enfrentar o próximo furacão, nem as alternativas arriscadas de sobrevivência – uma pessoa vivendo com diabetes, como eu, pode facilmente se tornar uma estatística. Essas crises são evitáveis”, acrescenta.

Na COP30 em Belém, os líderes mundiais devem enfrentar essa realidade com coragem. A era das desculpas acabou; é hora de eliminar os combustíveis fósseis, investir em energia renovável resiliente, confiável e descentralizada, e fornecer financiamento climático e justiça para aqueles que estão na linha de frente.

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