Frutaço na Argentina

BUENOS AIRES – Agricultores distribuem frutas em protesto contra a desvalorização de seus produtos.

 

Era 22 de abril de 2019 quando os produtores das províncias de Neuquén e Rio Negro, na Argentina, se ajeitavam na Plaza de Mayo em Buenos Aires. Pelo terceiro ano consecutivo, os agricultores se organizaram para doar frutas em protesto a situação absurda que o governo, em parceria com a indústria fóssil os colocou.

“Fracking seguro” e “Vaca Muerta no va a contaminar” esses foram os slogans publicados em 2013 quando começaram as explorações na região. Passados os anos, os “acidentes ambientais” são incontáveis. Oficialmente, na “Secretaría de Ambiente de Neuquén” entre Janeiro a Outubro de 2018 foram 934 registros de contaminação. Em 2017 foram 703, em 2016 foram 868 e em 2015 foram 863.

O resultado de tudo isso não poderia ser outro:

  • Desvalorização da produção
  • Fortalecimento dos concorrentes
  • Barreiras comerciais internacionais

Afinal, quem vai querer um produto regado com água contaminada?

Hoje, o consumidor argentino paga AR$70 (R$6,58) pelo quilo da fruta, enquanto o produtor ganha AR$7 (R$0,65)

Vender suas terras seria um caminho se valesse o que valia antes da entrada do fracking na região. Mas quem vai querer um terreno que além de contaminado, sofre ou sofrerá em breve com terremotos?

Sim, terremotos! No começo do ano de 2019, Neuquén registrou 39 abalos sísmicos en um período de 36 horas.

É muito triste, mas infelizmente a situação de reversão na região é bem difícil. Uma vez que se abrem as portas para a indústria do petróleo, e todo um sistema econômico local é modificado para atender sua demanda, não restam muitas alternativas para a população. E é por isso que trabalhamos forte para impedir que essa indústria nem chegue aqui no Brasil.

A história é aquela velha promessa de progresso rápido fácil. Por favor, não acreditem nisso!

É como se em um daqueles talk-shows o apresentador fizesse a seguinte pergunta:

Você quer trocar sua saúde, sua água potável, sua produção agrícola familiar, por uns trocados para entregar sua terra aos petroleiros que irão contaminar sua água, seu solo e deixar milhares de desempregados? 

Espero que a sua resposta seja um NÃÃÃÃÃO bem alto!

 

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