Protesto durante 13ª Rodada de Leilões da ANP realizado em outubro de 2015.

Protesto durante 13ª Rodada de Leilões da ANP realizado em outubro de 2015 (Foto: 350Brasil/COESUS).

 

Por Silvia Calciolari

A 350.org Brasil e América Latina repudia veementemente o covarde e brutal ataque desferido na tarde do último domingo, 30, contra a comunidade indígena de Gamela, localizada no povoado de Bahias no município de Viana no Maranhão. Pelo menos cinco indígenas feridos em estado grave continuam internados na capital São Luís. Um deles levou dois tiros. Além disso, um teve as mãos decepadas a golpes de facão, na altura do punho, e outro, além das mãos, teve os joelhos cortados nas articulações. Os dois ainda permanecem internados em estado grave. Outros 13 foram feridos com golpes de facão e pauladas.

“Não podemos nos calar diante de tanta brutalidade, crueldade e intolerância desferida aos povos indígenas, que todos os dias têm seus direitos desprezados e sua cultura e dignidade aniquiladas”, afirmou Nicole Figueiredo de Oliveira, diretora da 350.org Brasil e América Latina.

Nicole lembrou que na América Latina os povos originários, indígenas e comunidades tradicionais estão sendo constantemente e reiteradamente dizimados pelo desrespeito aos Direitos Humanos, dentro e fora de seus territórios. “Nós da 350.org temos denunciado a ação predatória dos governantes e da indústria dos combustíveis fósseis em terras sagradas, promovendo desmatamento, devastação e exploração minerária. A violação do direito à terra e à cultura é um genocídio que acontece todos os dias há décadas e que precisa parar imediatamente”, enfatizou a diretora.

Preservar a vida

Com ações de mobilização em territórios indígenas de vários estados brasileiros, a 350.org Brasil e América Latina leva informações às comunidades das ameaças que a indústria do petróleo e gás representam.

“Nossa missão sempre foi e será defender a vida dos povos tradicionais, das comunidades indígenas, pescadores, quilombolas, dos pequenos agricultores, das pessoas que vivem nas pequenas, médias e grandes cidades”, explicou Juliano Bueno de Araujo, coordenador de Campanhas Climáticas da 350.og e coordenador nacional da COESUS – Coalizão Não Fracking Brasil pelo Clima, Água e Vida.

“Na Argentina o Povo Mapuche está sendo duramente impactado pela a contaminação do fraturamento hidráulico, o fracking, assim como indígenas que vivem em toda a Pan-Amazônia”, informou Juliano.

A 350.org Brasil e América Latina irá denunciar o grave e brutal ataque aos integrantes aos Gamelas em sua rede internacional, como forma de chamar maior atenção para as graves violações aos Direitos Humanos das comunidades indígenas no país.