Foi justamente na iminência do coronavírus em se tornar uma pandemia global que a ativista Renata Padilha começou a protestar todas as sextas-feiras na praça principal da cidade de Pelotas (Brasil). Alguém poderia pensar que um protesto de uma pessoa, a apenas algumas semanas do bloqueio mundial que estava prestes a acontecer, teria vida curta. Mas o que realmente aconteceu foi totalmente o contrário!

O Eco Pelo Clima é um núcleo do movimento Fridays For Future Brasil, sediado no Rio Grande do Sul, no sul do país. Nascido dos protestos solitários de Padilha e, hoje, já conta com 30 jovens organizados de várias cidades do estado.

Terceira semana de greve climática na Praça Coronel Pedro Osório, em Pelotas

“Iniciamos nossas atividades em fevereiro de 2020, poucas semanas antes da pandemia que mudaria a forma como vivemos, mas mesmo assim, não paramos de construir nosso movimento e fortalecer a luta ambiental”, disse Padilha.

A partir do momento em que o vírus acabou com o acesso aos espaços públicos, o grupo – ainda pequeno na época – passou a protestar online pelas redes sociais, publicando agendas semanais, promovendo o diálogo e levando informação ao seu público, além de buscar alcançar mais pessoas para lutar na pauta ambiental e apoiar o trabalho da juventude.

Protesto contra a Mina Guaíba, que seria a maior mina de carvão a céu aberto da América Latina

Com o passar do tempo e a pandemia começou a ficar sob controle, e o grupo considerou seguro voltar às ruas. Em setembro de 2020 eles voltaram às ruas com um estrondo: o grupo realizou sua primeira Greve Global na cidade de Pelotas.

Greve Global pelo Clima em Pelotas, em 2020

Este foi um evento importante. Após a Greve, o Eco Pelo Clima cresceu cada vez mais. Jovens de outras cidades começaram a se organizar dentro do núcleo e receberam convites para participar de eventos e discussões importantes. “Participamos de audiências públicas, continuamos com nossos protestos contra a Mina Guaíba em nosso estado, dialogamos com outras organizações, abordamos políticos de nossas cidades para sermos ouvidos, fizemos campanha para ser aceitos para uma reunião com o Governador do Estado, Eduardo Leite”, diz uma das fundadoras do grupo, que menciona que a reunião “foi negada” e confirma que ainda não puderam conhecer Leite.

Em junho de 2021, a cidade de São Sepé declarou emergência climática, sendo a segunda cidade do Brasil e a primeira da região sul do Rio Grande do Sul a ter feito algo do tipo. Para dar visibilidade ao que foi feito na cidade e mostrar o poder do povo, o Eco Pelo Clima realizou sua última greve global na cidade com pessoas que vieram de diversas cidades do estado!

Foi a maior greve do Brasil, com 500 pessoas marchando pelo clima. 

 

Hoje, o movimento continua a crescer!

“Tivemos uma grande vitória no início de 2022, quando a Justiça Federal do Rio Grande do Sul derrubou a licença de carvão da Mina Guaíba. Nosso próximo passo é levar a educação climática aos jovens da periferia com dinâmicas que englobam a criação de políticas públicas e agendas ambientais como o Acordo de Paris e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU”, afirma Padilha.

Além disso, o grupo está desenvolvendo uma cartilha ambiental com deputados e deputados estaduais e buscando tornar o Eco Pelo Clima um movimento mais diversificado com muita representatividade e espaço de fala.

Contato: Renata Padilha [email protected]
Para mais informações sobre o Eco Pelo Clima, acesse aqui