
Ativistas da COP 25, em Madri, representaram Brasil, Austrália e Japão, os ‘ganhadores’ do prêmio ‘Fóssil do Dia’ — Foto: Divulgação/CAN
A Rede Internacional de Ação Climática (CAN) realiza um evento tradicional durante a Conferência das Partes (COP), chamado Prêmio Fóssil do Dia.
Esse prêmio é uma antipremiação aos países que tomam ações que vão contra os acordos de preservação do clima e do meio-ambiente é uma premiação simbólica e não oficial que, de forma irônica, destaca esses países.
Esse ano, o governo brasileiro foi mais uma vez um dos “ganhadores”. Segundo o anúncio, o Brasil “empatou” com Japão e Austrália. Pelo Twitter, a CAN informou que
“O primeiro ‘Fóssil do Dia’ da COP 25 vai para o Brasil por culpar a sociedade civil pelas queimadas na Amazônia, o Japão por seu contínuo vício e expansão do [consumo de] carvão, o primeiro-ministro da Austrália, Scott Morrison, por aproveitar um jogo de críquete enquanto queimadas devastavam a Austrália, negando o vínculo delas com a mudança climática”.
Ano passado, na COP24 realizada em Katowice, Polônia, o Brasil ganhou o Prêmio fóssil do dia pelas declarações pelo então, candidato eleito, Jair Bolsonaro, que havia sinalizado, ainda sem exercer o cargo de presidente, que o Brasil não sediaria a COP25 e que sairia do Acordo de Paris.
Relembrando um pouco mais, em 2017, na COP23 realizada em Marrakech, Marrocos, o Brasil ganhou o prêmio depois de ter aprovado a MP do trilhão, subsidiando a indústria do petróleo para perfurar offshore.
“Lamento muito todas as vezes que o Brasil “recebe” esse prêmio. Foi aqui no Brasil, na Eco 92, que nasceu a convenção climática da ONU. Lamento que a COP25 não esteja acontecendo aqui novamente também. Lá atrás eramos os pioneiros e exemplo por avanços significantes de redução de desmatamento e mitigação do aquecimento global. Nosso país é incrível e poderia ser o líder e precursor no combate às mudanças climáticas no mundo”, afirmou Juliano Bueno de Araujo – diretor de campanhas climáticas da 350.org e diretor e fundador da Coalizão Não Fracking Brasil pelo Clima, Água e Vida.
Vamos continuar acompanhando e torcendo para que não sejamos mais premiados. Ao menos no Fóssil do Dia.
Livia Lie – coordenadora de Campanhas Digitais da 350.org Brasil e América Latina