Neste domingo, dia 11 de fevereiro, acontece a partir das 10h, na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Portugal, o 3º Encontro Nacional pela Justiça Climática. Organizado pela Climáximo, o evento vai reunir ativistas portugueses e de diversos países em seis sessões de debate e dois plenários. O encontro faz parte de uma série de debates que serão realizados ao longo do ano, e que trarão temas como florestas, incêndios e alterações climáticas; mineração no fundo do mar; transportes públicos; exploração de petróleo e gás; soluções alternativas; migrações e refugiados.

Nesta edição, ativistas do Brasil, Alemanha e Reino Unido levarão suas experiências de luta pelo meio ambiente e contra os empreendimentos e atividades que causam a crise climática global. O engenheiro ambiental Juliano Bueno de Araujo, coordenador de campanhas climáticas da 350.org Brasil e fundador da COESUS (Coalizão Não Fracking Brasil pelo Clima, Água e Vida) irá representando o Brasil e a América Latina. Pelo Reino Unido falará a organização Reclaim the Power e pela Alemanha o movimento Ende Gelände.

Juliano levará o exemplo da campanha Não Fracking Brasil, além de sua bagagem de décadas de atuação junto à causa ambiental. Nos cinco anos de existência, a campanha contra o método do fraturamento hidráulico para exploração não convencional de petróleo e gás – mais conhecido como fracking – já conquistou diversas vitórias, como as mais de 350 cidades que já aprovaram legislações para banir a prática de seus territórios.

Além de levar informação à população através de palestras, seminários e debates, a iniciativa também apoia diversas outras organizações e movimentos em suas mobilizações locais contra os combustíveis fósseis e em defesa de um planeta saudável e um futuro mais justo para todos.

“Estou feliz em poder representar o Brasil e a América Latina nesse encontro. Creio que esses fóruns de articulação internacionais são fundamentais para a causa, pois podemos compartilhar experiências, práticas e conhecimentos, ampliar nossas parcerias e, possivelmente, nosso ramo de atuação, aumentando assim a força do movimento global que luta por justiça climática e por um mundo Zero Fósseis”, afirmou o ativista.

Um exemplo da luta apoiada e ampliada pela 350.org e pela COESUS no Brasil foi a recente vitória do município de Peruíbe, na zona costeira do Estado de São Paulo, que aprovou uma emenda à lei orgânica que impede o projeto de construção de uma termelétrica projetada para produzir 1,7 gigawatt-hora e ser uma das 50 maiores do mundo, em uma região que é uma das últimas reservas de Mata Atlântica contínua no planeta.

Em Portugal, a programação terá início com uma mesa sobre os objetivos do encontro e prossegue com duas sessões paralelas. Uma irá discutir a situação dos incêndios florestais e das alterações climáticas em Portugal, e a outra tratará de mineração no ambiente marinho e será apresentada por membros da Associação de Ciências Marinhas e Cooperação (Sciaena).

A partir das 15h, o encontro prossegue com mais duas sessões paralelas. Numa delas, ativistas da SOS Racismo e Solidariedade Imigrante discutem as implicações da degradação do ambiente e das alterações climáticas no fenômeno das migrações em várias zonas do planeta. Na outra sessão, representantes de associações e coletivos que têm protagonizado a luta contra a exploração de petróleo e gás em Portugal irão apresentar as alternativas para garantir eficiência energética e menos impacto ao meio ambiente.

Às 16h30 tem início a sessão com ativistas das lutas contra os combustíveis fósseis nos demais países. O encontro apresentará as conclusões e propostas num plenário final marcado para as 17h30.

Confira aqui a programação completa do evento.