Um momento para avaliar a caminhada e reunir movimentos sociais, entidades pastorais e sociedade civil. É desta forma que é visto o Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social, que está foi realizado em Brasília (DF) entre os dias 27 e 30 de novembro. O principal objetivo foi discutir os impactos das mudanças climáticas sobre a vida e os territórios em que vive o povo brasileiro, além de desenvolver coletivamente a agenda e cronograma que será aplicado no próximo biênio.

Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social

O doutor em ciências e coordenador da campanha Fé, Paz e Clima, Reginaldo Urbano, aproveitou a ocasião para apresentar durante as discussões públicas e plenárias as pautas das campanhas realizadas pela Coalizão Não Fracking Brasil pelo Clima, Água e Vida (COESUS), pelo Instituto Internacional Arayara e pela 350.org Brasil. “Tive a oportunidade de apresentar as atividades e ações realizadas contra o fracking em todo o Brasil e América Latina nos últimos anos e todos demonstraram grande interesse, abrindo diálogos para conscientizar a população”, conta.

O método de fraturamento hidráulico, também conhecido como fracking, é utilizado para realizar perfurações de até 3,2 mil metros de profundidade para a extração não convencional do gás de xisto. Por meio da tubulação instalada, é injetada uma grande quantidade de água, além de mais de 600 substâncias químicas com potencial cancerígeno e areia betuminosa – contaminando o subsolo, o ar e aquíferos na região na qual a prática é efetuada.

Para Urbano, a oportunidade de apresentar o conjunto de questões envolvendo o meio ambiente e o fracking para os participantes fez com que ele percebesse que “não estamos sozinhos nas lutas em defesa da vida e da natureza e também nas proposições de uma transição energética”. “A proposta de uma ecologia integral popular e de cuidado com a casa comum, ou ainda, como o cuidado com a vida que habita a casa comum é um eixo transversal para garantir a redução dos gases de efeito estufa e, consequentemente, das mudanças climáticas causadas pelas grandes indústrias extrativistas”, finaliza.

Além das organizações citadas, o evento também conta com a participação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), da Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA), da Comissão Pastoral da Terra (CPT), do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), entre outros.

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Paulinne Rhinow Giffhorn — jornalista da Fundação Internacional Arayara e da Coalizão Não Fracking Brasil pelo Clima, Água e Vida (COESUS).

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