A América Latina segue em defesa do Aquífero Guarani! Diversas organizações ambientais do Uruguai, Argentina, Paraguai e Brasil se encontraram na cidade de Palomas do Departamento de Salto, no Uruguai, para realizar a II Marcha Internacional em defesa do Aquífero Guarani.
O Aquífero está em risco de contaminação como resultado da intenção de explorar hidrocarbonetos não convencionais com a técnica de fraturamento hidráulico – fracking -, que usa grande quantidade de produtos químicos altamente poluentes.
Convocada pela Associação Civil Ambiental de Salto e pelo Coordenador “Todas las Manos”, a marcha ganhou o slogan “Sem água não há vida. Diga não às perfurações na formação do Aquífero Guarani”. A marcha passou pela rota de acesso para Palomas e Saucedo – para o lugar exato onde a empresa Schuepbach Energy planeja realizar trabalhos de prospecção em busca de hidrocarbonetos – e chegou à cidade de Palomas, onde o Sr. Alexis Silva leu a proclamação de defesa ao Aquífero.
Com as bandeiras das quatro nações a mobilização também teve uma grande presença de vizinhos de diferentes locais e com cobertura de vários canais de rádio e televisão, que acompanharam a caravana e viram de perto o problema das técnicas extrativistas no Uruguai.
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Adriana Conti, referência ambiental de Salto e presidente da Associação “ACAS Salteños en Defensa de los Bienes Naturales”, disse que continuarão a lutar pelo respeito do decreto do Departamento livre de fracking, para defender os direitos dos moradores em um ambiente saudável e água limpa para nós e para as gerações futuras.
Juan Pablo Olsson, coordenador da 350.org América Latina, ressaltou que é muito importante fortalecer a defesa do Aquífero Guarani e que os cidadãos e organizações do Uruguai, Argentina, Brasil e Paraguai precisam trabalhar juntos para impedir que o fracking aconteça na região e contamine uma das mais importantes reservas de água doce no planeta.
O jornalista ambiental e referência do Movimento “Uruguay Libre”, Víctor Bacchetta, disse que há grande preocupação entre os ambientalistas sobre os produtos químicos e radioativos que podem ter sido utilizados na perfuração da Cuchilla del Fuego, no departamento de Paysandú, onde a empresa se retirou do lugar em total silêncio e sem dar muitas explicações. É por estas razões que devemos promover que o Parlamento aprove uma lei nacional de proibição ao fracking no Uruguai.
Dionisio Gómez, coordenador geral da mesa de Articulação Indígena do Paraguai, chegou de Assunção para se juntar à caravana e observou que a presença de várias organizações dos quatro países irmãos é um claro sinal de preocupação dos povos da América do Sul com os recursos naturais e que estes estão bem acima do valor da terra ou dos negócios de alguns.
As ações do movimento internacional em defesa do Aquífero Guarani continuarão com vários fóruns regionais e a apresentação de uma carta na Embaixada da Austrália na Argentina, denunciando a petrolífera australiana Petrel Energy, que pretende usar o método do fracking para extrair hidrocarbonetos não convencionais em nossos países. Enquanto isso, na Austrália, o fracking foi banido no estado de Victoria, por ser considerado altamente poluente e prejudicial à água, ao meio ambiente e à saúde humana.