Diocese de Umuarama, no Paraná, realiza todo ano encontro que reúne milhares de moças e rapazes visando formação religiosa e construção da cidadania. Este ano teve palestra sobre os riscos e perigos do Fracking e como podemos conter as mudanças climáticas

 

Por Silvia Calciolari

Foto e vídeo: Marcel Ribeiro/COESUS/350Brasil

A campanha Não Fracking Brasil recebeu o apoio de aproximadamente 4.500 jovens que estiveram em Cidade Gaúcha, no Paraná, participando do Dia Nacional da Juventude (DNJ). Organizado pela Diocese de Umuarama, o evento deste ano aconteceu em Cidade Gaúcha e teve módulos de pregações, atividades culturais e muita música com artistas do mundo católico.

A palestra sobre os riscos e perigos do Fracking e os impactos das mudanças climáticas foi dada por Reginaldo Urbano Argentino, coordenador da campanha de desinvestimento em combustíveis fósseis da 350.org Brasil, membro da COESUS – Coalizão Não Fracking Brasil pelo Clima, Água e Vida, e presidente da Cáritas Paraná.

Fracking é a tecnologia altamente poluente para extração do subsolo do gás de xisto que contamina os aquíferos, torna o solo infértil para a produção de alimentos e provoca câncer nas pessoas e animais. Além dos impactos ambientais, econômicos e sociais, o Fracking também está associado à ocorrência de terremotos e intensifica as mudanças climáticas. O metano liberado pelo fraturamento hidráulico é um gás de efeito estufa 86 vezes mais poluente que o dióxido de carbono.

Assista o vídeo que mostra o engajamento dos jovens na luta contra o Fracking, que saíram em passeata pelas ruas de Cidade Gaúcha, localizada a 570 quilômetros de Curitiba.

“O movimento contra o fraturamento hidráulico é uma campanha pela vida, desde o início até o seu fim, seguindo a orientação do Papa Francisco para cuidarmos da Casa Comum com amor e responsabilidade”, afirma Reginaldo. Para ele, o engajamento da juventude na luta contra essa tecnologia altamente poluente para exploração de gás de  xisto do subsolo, também conhecida como Fracking, “nos revigora e inspira a seguirmos na caminhada para a proibição total no Brasil e em qualquer lugar desse planeta”.

Dom Frei João Mamede Filho, Bispo de Umuarama, esteve na missa de abertura do Dia Nacional da Juventude e conclamou a população à se juntar na luta em defesa da água e da vida. Entusiasta da campanha Não Fracking Brasil e pelo desinvestimento nos combustíveis fósseis, Dom Mamede é defensor das energias renováveis como única alternativa para contermos o aquecimento global e evitarmos a destruição da Casa Comum, nos termos da ‘Laudato Si’, a Encíclica Verde do Papa Francisco.

whatsapp-image-2016-11-08-at-11-33-26-1024x682

Baixo Carbono

Ainda no mês de outubro de 2016, o Dia de São Francisco de Assis (04) entrarou para a história como a data em que a Igreja Católica deu um grande passo na luta contra as mudanças climáticas. Nada menos do que sete instituições católicas de peso ao redor do mundo anunciaram globalmente sua adesão à campanha de desinvestimento do setor de combustíveis fósseis. Trata-se do maior anúncio conjunto feito pelo segmento religioso até o momento.

A Diocese Divino Espírito Santo de Umuarama, no Estado do Paraná, no Brasil, se apresenta não só como a primeira Diocese, mas também como a primeira instituição da América Latina a aderir ao desinvestimento. Sua proposta é reduzir as emissões de gases de efeito estufa, a fim de tornar-se uma Diocese de Baixo Carbono.

Além da Diocese de Umuarama, as outras seis instituições que se comprometeram com o desinvestimento são: os Padres Jesuítas do Alto Canadá; a Federação das Organizações Cristãs para o Serviço Voluntário Internacional (FOCSIV), na Itália; a Congregação das Irmãs de Apresentação de Maria da Austrália e Papua Nova Guiné; SSM Saúde, nos Estados Unidos; a Sociedade Missionária de São Columbano, baseada em Hong Kong e com presença em 14 países; e o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora, em Milão e Nápoles, na Itália.