Ao CREMERS, médicas e médicos do grupo entregaram pareceres técnicos de seis sociedades médicas e duas sociedades de saúde, solicitando que o Conselho, diante das evidências levantadas e de pesquisas mundialmente reconhecidas, explicite para a sociedade a necessidade fundamental de uma Avaliação de Impacto à Saúde (AIS) da Mina Guaíba. As entidades que assinam os pareceres pedem uma AIS que seja “independente, sem conflitos de interesse e dentro dos padrões definidos pela Organização Mundial da Saúde”.
O mesmo movimento foi feito com a Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS), que manifestou publicamente a necessidade de Avaliação de Impacto à Saúde (AIS) no projeto de instalação de minas de extração de carvão na região.
Segundo a AMRIGS, “a especialidade de Medicina de Família e Comunidade tem cada vez mais chamado a atenção sobre os efeitos das mudanças ambientais em relação à saúde, tendo em vista evidências robustas sobre o aumento de poluentes no ar que as minas de carvão a céu aberto acarretam na morbimortalidade das populações próximas”.
De acordo com um dos pareceres, “a poluição tem um impacto significativo na incidência de doenças neurológicas de uma maneira geral, merecendo destaque as doenças cerebrovasculares e neuropsiquiátricas. A exposição a substâncias particuladas resulta em dano ao sistema nervoso central, (…) aumentando o risco populacional de doenças como AVC, Doença de Parkinson, distúrbios do desenvolvimento, comprometimento cognitivo, depressão, etc”.
Outro parecer diz que a instalação da mina “provavelmente acarretará aumento de demanda por serviços médicos ambulatoriais e de emergências, bem como aumento de doenças crônicas a longo prazo e aumento de mortalidade a curto prazo”.