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A comunidade indígena de Pinhalzinho, localizada próximo ao município de Tomazina no Norte do Paraná, está mobilizada contra o fraturamento hidráulico, método não convencional para extração de gás de xisto do subsolo também conhecido como FRACKING. Esta tecnologia é altamente poluente e devastadora para o meio ambiente, contaminando as reservas de água subterrâneas e de superfície, o solo e ar, além de provocar doenças como câncer, infertilidade nas mulheres e má formação congênita. Os animais também são duramente impactados pelo Fracking, assim como toda a biodiversidade.

“A luta dos povos indígenas do Brasil é contra a exploração de gás de xisto por Fracking, ou qualquer outra atividade minerária, em nosso território. Estamos levando informação às aldeias para todos estejam mobilizados para impedir que essa maldição aconteça no Brasil”, afirmou Kretã Kaingang, líder indígena membro da COESUS – Coalizão Não Fracking Brasil pelo Clima, Água e Vida – e coordenador do Programa Indígena da 350.org.

A roda de conversa aconteceu na aldeia por ocasião da feira de sementes que a comunidade realiza a cada ano para manter a tradição de diversificar as plantações. A feira tem por objetivo oferecer sementes sadias e variadas para toda a comunidade possa ter uma colheita farta, sempre com uma produção que respeite a natureza.

O governo brasileiro quer utilizar o Fracking para explorar o gás de xisto em regiões que abrangem áreas de floretas, produtivas, unidades de conservação e terras indígenas, atingindo diretamente diversas comunidades tradicionais. Ao provocar severos e irreversíveis danos ao ambiente com contaminação da água, solo e ar e doenças como câncer, o Fracking ameaça toda a sociedade, especialmente os povos indígenas que vivem em todos os cantos do Brasil.

Em 2013, a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) ofertou em leilão blocos para exploração de gás de xisto localizados em territórios indígenas nos estados do Acre, Amazônia e Rondônia, passando pelo Ceará até o Sul do Brasil, no Paraná.

Fracking intensifica as mudanças climáticas

Onde o fraturamento hidráulico ocorre não há água para consumo humano, o solo torna-se infértil para a agricultura e são registrados severos problemas de saúde, como má formação congênita, esterilidade nas mulheres e homens, abortos e doenças crônicas respiratórias.

A tecnologia também está associada a terremotos pelas fortíssimas explosões na rocha do folhelho pirobetuminoso de xisto e ao agravamento do aquecimento global pela emissão do metano.

Por seus impactos severos e irreversíveis para o ambiente, produção de alimentos e saúde o fraturamento hidráulico já foi proibido em dezenas de países e deixa um legado de devastação e destruição onde é utilizado.

 

 

Por Silvia Calciolari

Fotos: COESUS/350Brasil