Não precisou de muito tempo para que Dom José Antonio Peruzzo, Arcebispo de Curitiba, entendesse a temeridade que é explorar o gás de xisto na região Oeste do Paraná através do fraturamento hidráulico, conhecido como fracking. Entre as cidades que correm risco está Toledo, 1º lugar no PIB Agropecuário do Paraná ano passado por sua produção agrícola, de suínos e aves, podendo ter toda a sua economia devastada pela contaminação. Fracking é um processo destrutivo usado para extrair gás do folhelho de xisto que se encontra no subsolo. É preciso perfurar um poço profundo e injetar entre 8 e 25 milhões de litros de água misturados a centenas de produtos tóxicos e cancerígenos e areia a uma pressão alta o suficiente para fraturar (frack) a rocha e liberar o gás (shale gas). Em todo o mundo, as comunidades estão exigindo a proibição imediata desta prática perigosa, pois contamina a água que serviria para o consumo humano, indústria e agricultura, e também os lençóis freáticos com centenas de produtos químicos utilizados no processo. Além dos impactos ambientais, econômicos e sociais, o fracking já está associado a terremotos e também contribuiu para as mudanças climáticas. Gás de efeito estufa, o metano tem um potencial 86 vezes maior que o CO², contribuindo em muito para aumentar o aquecimento global. Cuidado com a ‘casa comum’Durante encontro com o fundador e coordenador nacional da COESUS – Coalizão Não Fracking Brasil, Dr. Eng. Juliano Bueno de Araujo, Dom Peruzzo foi enfático: “Não é possível que queiram fazer isso no nosso Paraná. É uma problemática real e ameaçadora”. Campanha contra o fracking“O governo brasileiro quer fazer fracking em cima do aquífero Guarani e Serra Geral, numa região com grande produtividade agrícola e industrial, com potencial para o turismo e onde vivem milhões de paranaenses”, afirma Juliano Bueno de Araujo. Foto: 350.org Brasil/COESUS |