Me chamo Renata Padilha, sou brasileira, estudante de Relações Internacionais na Universidade Federal de Pelotas, membro do Núcleo dos Objetivos da ONU na região Sul do Rio Grande do Sul, redatora do jornal O Clima e fundadora do movimento Eco Pelo Clima em Pelotas, um dos núcleos da Fridays For Future Brasil.
Ao longo dos meus 25 anos, tenho me dedicado pela causa ambiental, uma paixão que iniciou na escola em um bairro da periferia de Porto Alegre chamado Restinga Nova. Foi através das diversas caminhadas ecológicas, projetos para recuperação de lixões a céu aberto e incentivo a projetos ambientais dentro da própria escola que descobri qual seria o meu objetivo na vida: lutar por um mundo em que haja equilíbrio entre o ser humano e a natureza.
Como sempre fui uma criança curiosa que buscava aprender e estudar de tudo, logo percebi que para que houvesse mudanças realmente significativas, o debate ambiental deveria ser tomado em âmbito internacional, através de cooperação entre os países em um espaço de debate democrático e transparente. Imagine uma criança de 12 anos descobrindo que isso existia e acontecia em um ‘local’ chamado Organização das Nações Unidas. Na época, eu não fazia ideia do que era mas eu sabia que era lá que eu tinha que estar.
Sendo assim, os anos passaram e meu ativismo foi se fortificando. Hoje, a cada dia sou uma versão melhor de mim mesma, desenvolvimento que teve início com meu primeiro trabalho voluntário ainda muito jovem. Percebi que a luta ambiental vai além do lixo que jogamos na rua, do banho demorado e da torneira ligada ao escovar os dentes. Minha luta me fez vegana, minimalista e aderi ao movimento lixo zero para impactar o menos possível o meio ambiente.
A mesma luta me levou a conhecer o movimento Fridays For Future, onde encontrei suporte para dar mais um passo e fundar o movimento Eco Pelo Clima. Através das nossas greves físicas, conseguimos conversar com a população sobre mudanças climática e como nós, sociedade, podemos e devemos fazer parte da mudança que o mundo precisa. O mesmo acontece com as greves online, as quais estão sendo de extrema importância no momento atual em que vivemos devido ao Corona Vírus. É através das reuniões com o Digital Strike e as diversas FFFs ao redor do mundo, que debatemos sobre os principais problemas climáticos e quais ações tomaremos em conjunto.
Porém, claro, as reuniões da Digital Strike não conseguem englobar todas as problemáticas. Sendo assim, realizamos ações a nível local para trazer visibilidade e cobrar ações de nossos governantes, como, por exemplo, a preocupante tentativa de criação de uma usina de carvão próxima a uma área protegida de Porto Alegre, com possibilidade de diversos impactos ambientais, como a poluição do solo, das água, do ar que afetarão a saúde da população porto-alegrense e metropolitana.
“Para um ambientalista, a luta pela vida é diária. Significa estar sempre atentos ao o que está acontecendo localmente e internacionalmente, significa sairmos da nossa zona de conforto para lutar contra as injustiças e desigualdades, mesmo que isso signifique marcar presença em diversas Audiências Públicas levantando nossas vozes contra a criação de uma usina de carvão que põe em risco diversas vidas e o equilíbrio da natureza. Ser ambientalista é a forma mais pura de amor, afinal, doamos nossa vida, nosso tempo, nossa paixão, para algo tão lindo que é cuidar da única casa que temos.”
Temos muitas batalhas a serem travadas ainda em busca de justiça climática, o caminho até lá com certeza não será fácil, contudo, não estamos sozinhos. Hoje, temos tudo o que precisamos para reverter o jogo, temos a tecnologia, temos os meios e temos as pessoas certas para isso. O movimento Fridays For Future, juntamente com diversas organizações ambientais ao redor do mundo, já está mudando o futuro para que as próximas gerações consigam satisfazer as suas necessidades em equilíbrio com a natureza. A mudança já chegou, cabe a nós somarmos em luta pela vida!
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