ALEPA Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) irá constituir uma Comissão Especial para aprofundar o debate dos impactos ambientais, econômicos e sociais provocados pelo fraturamento hidráulico, chamado fracking, tecnologia altamente poluente e perigosa empregada na exploração de gás de xisto.

Este é o primeiro resultado prático da missão oficial de parlamentares paranaenses que foram à Argentina no começo do mês para conhecer os impactos do fracking. Nesta quarta-feira, 11, o presidente da Comissão de Meio Ambiente da Alep, deputado Rasca Rodrigues (PV), apresenta o relatório com o balanço final da missão oficial de oito dias no país vizinho.

Assista os vídeos feitos em Allen na região de Rio Negro, onde a produção de maças e peras estão contaminadas por fracking, por Nicole Figueiredo de Oliveira, diretora da 350.org Brasil, e Juliano Bueno de Araujo, coordenador da COESUS – Coalizão Não Fracking Brasil – durante a missão na Argentina.

Autor do projeto de propõe a proibição da exploração de gás não convencional no Paraná, Rasca retornou da missão com a convicção de que ‘esta tecnologia não é adequada ao Paraná por provocar a contaminação da água e consequentes danos ambientais numa região de grande produção agrícola”.

O governo brasileiro leiloou em 2013 blocos para exploração de gás de xisto em Toledo, 1º PIB agropecuário do Estado, região com grande performance na produção de suínos, aves e de grãos. Outras 122 cidades poderão ser atingidas na região Sudoeste onde estão os aquíferos Guarani e Serra Geral, principais reservas naturais que abastecem mais de 4 milhões de paranaenses. As operações ainda não acontecem por força de uma liminar que suspendeu os efeitos do leilão.

Parlamentares

A missão paranaense na Argentina foi composta pelos deputados estaduais Rasca Rodrigues (PV), Márcio Nunes (PSC), Schiavinato (PP) e Fernando Scanavaca (PDT). Também participaram os vereadores de Toledo Vagner Delabio (PMDB) e Tita Furlan (PV), além do Renato Eidt, representando o prefeito de Toledo.

Nesta quarta-feira, 11, Rasca Rodrigues apresenta na Alep um relatório da missão organizada pela 350.org Brasil, COESUS – Coalizão Não Fracking Brasil e Fundação Cooperlivre Arayara, que contou com o apoio do Senador argentino Fernando Solanas e Observatório Latino Americano contra o Fracking. A Missão Não Fracking América Latina possibilitou que o grupo conhecesse a realidade devastadora da exploração de petróleo e gás de xisto. O cenário é de total e irreversível contaminação de água, alimentos e pessoas.

Seminário

Com a participação na mesa de debates das entidades que conduzem a Campanha Não Fracking Brasil, a Assembleia Legislativa realiza na semana que vem, dias 17 e 18, o Seminário “Fracking – Exploração de Gás de Xisto / Consequências sociais, ambientais e econômicas para o Aquífero Guarani.
O encontro está sendo articulado pelos deputados Rasca, Maria Vitória (PP) e Pedro Lupion (DEM).

Depois da missão na Argentina, os parlamentares manifestaram preocupação sobre a intenção do governo daquele país em ampliar as operações de fracking até a fronteira com o Brasil. “A região da tríplice fronteira é abastecida pelo Aquífero Guarani e pode ser contaminado, caso se confirme essa intenção”, destacou o deputado Márcio Nunes (PSC).

Todos estas ações da campanha Não Fracking Brasil serão debatidas durante eventos na Conferência para o Clima – COP 21 – que acontece em Paris em dezembro, onde o movimento internacional contra o fraturamento hidráulico pretende se reunir e cobrar o fim da exploração dos combustíveis fósseis.