Foto: J. F. Diorio/Estadão Conteúdo

Foto: J. F. Diorio/Estadão Conteúdo

A metrópole de São Paulo está na beira da Serra do Mar e recebe mais umidade do oceano. Já a área de captação da Cantareira se estende até o Sul de Minas.

Mesmo que a água caia nas regiões que formam os rios do sistema Cantareira, nem tudo eleva o nível da superfície dos reservatórios. Como a região foi muito desmatada, o solo está exposto em boa parte da região. Durante a seca, o solo exposto perde a umidade nas camadas superficiais. Se houvesse floresta ali, a vegetação ajudaria a reter a umidade do solo. Do jeito que está, as primeiras chuvas que caem são absorvidas pelo solo rachado, como se ele fosse uma esponja. Será preciso chover muito para encharcar o solo e aí sim a água começar a correr pela superfície e alimentar os rios. São os prejuízos causados pela devastação da Mata Atlântica.

Também é bom lembrar que, mesmo que chova muito neste verão, é pouco provável que a situação se normalize para o ano que vem. Os 12 meses de seca foram tão extraordinários que a região acumulou uma dívida de água equivalente a mais do que um verão chuvoso. Estima-se que se chover dentro da média (o que significa vários temporais desses que alagam a capital), apenas conseguiremos chegar a abril de 2015 com uma situação de desespero parecida com a que chegamos em abril de 2014. Se o verão ficar abaixo da média, será pior ainda.

 

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