Belo Horizonte – A 350.org oferece sua solidariedade aos moradores das regiões afetadas pelas inundações e deslizamentos que mataram pelo menos 57 pessoas e deixaram cerca de 50 mil desabrigados em regiões de Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro, nas últimas duas semanas.
As mortes e a destruição material provocadas pelas enchentes, como quase sempre acontece, estão afetando de maneira desproporcional as famílias mais pobres, nas áreas mais vulneráveis a eventos climáticos extremos.
Os estudiosos do clima alertam, há anos, que tragédias como essa estão se agravando e devem piorar por causa da crise climática global, provocada pela indústria de combustíveis fósseis, pelo desprezo à Ciência e pelo desrespeito aos direitos das comunidades.
Em Belo Horizonte, por exemplo, o Instituto Nacional de Meteorologia registrou, em 24 de janeiro, o dia mais chuvoso da região em pelo menos 110 anos. Uma das mudanças climáticas verificadas pelos cientistas, na região Sudeste do Brasil, tem sido a concentração das chuvas em períodos mais curtos, o que torna os temporais mais perigosos.
Em nome da preservação da vida, a 350.org alerta governos em todos as esferas que será preciso fazer muito mais pelas soluções climáticas, se quisermos evitar tragédias ainda piores.
“Todos os países, inclusive o Brasil, precisam reduzir significativamente e imediatamente suas emissões, para limitarmos o aquecimento global a 1,5°C e evitarmos os piores cenários”, afirma Juliano Bueno, diretor de campanhas da 350.org na América Latina. “No caso brasileiro, isso significa entendermos que a extração de petróleo no pré-sal e projetos de minas de carvão, como a Guaíba, na região de Porto Alegre, só vão agravar nossas tragédias ambientais e sociais”, ele diz.
As notícias sobre o impacto das chuvas torrenciais inéditas vieram a público praticamente ao mesmo tempo em que a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) anunciou, em tom de comemoração, que em 2019 a produção nacional de petróleo ultrapassou, pela primeira vez, a marca de 1 bilhão de barris no ano.
“Para as pessoas que perderam suas casas, não há o que comemorar. A exploração de petróleo enriquece um pequeno grupo de empresários e executivos, enquanto piora as condições climáticas e ambientais para toda a população”, afirma Juliano Bueno.
Sobre a 350.org
A 350.org é um movimento global de pessoas que trabalham para acabar com a era dos combustíveis fósseis e construir um mundo de energias renováveis e livres, lideradas pela comunidade e acessíveis a todos. Nossas ações contribuem para frear as mudanças climáticas pela ação humana e promover a justiça climática e a proteção de pessoas e comunidades que estão lutando por seus direitos.
Informações para a imprensa
Peri Dias
Gerente de Comunicação da 350.org na América Latina
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