350.org Brasil convoca ação coletiva e transição energética justa
20 de outubro, 2025 – A menos um mês da COP30 em Belém, o governo brasileiro, anfitrião da principal conferência climática da ONU, acaba de liberar a licença para perfuração exploratória de petróleo no bloco FZA-M-59, na bacia sedimentar da Foz do Amazonas. A decisão ignora os alertas da comunidade científica, compromissos internacionais e, sobretudo, as vozes dos povos e comunidades que vivem e protegem a Amazônia há séculos.
A liberação da licença para perfuração na Foz do Amazonas não apenas ameaça ecossistemas críticos, mas também repete a lógica que nos trouxe à beira do colapso climático.
“Autorizar novas frentes de petróleo na Amazônia não é apenas um erro histórico, é insistir em um modelo que não deu certo. A história do petróleo no Brasil mostra isso com clareza: muito lucro para poucos, e desigualdade, destruição e violência para as populações locais. O país precisa assumir uma liderança climática real e romper com esse ciclo de exploração que nos trouxe até a crise atual. É urgente construir um plano de transição energética justa, baseado em renováveis, que respeite os povos indígenas, quilombolas e ribeirinhos, e que garanta a eles o papel de protagonistas nas decisões sobre clima e energia, inclusive na COP30.”, afirma Ilan Zugman, diretor da 350.org para a América Latina e Caribe.
Não haverá futuro próspero nem seguro se continuarmos ignorando aqueles que mais protegem a floresta e mais sofrem os impactos da crise climática. Essa transição precisa ser justa e participativa, rompendo com o modelo predatório e concentrador de poder que marcou a história da Amazônia e do setor energético no Brasil.
Por isso, chamamos os povos, movimentos sociais, cientistas, lideranças políticas e todos os setores comprometidos com a justiça climática a se unirem para reverter essa decisão e pressionar o governo brasileiro e do mundo. É preciso exigir não apenas o cancelamento desta e de novas explorações de petróleo na Amazônia, mas também a construção coletiva de um plano de transição energética que:
- Garanta respeito aos territórios indígenas, quilombolas e ribeirinhos;
- Assegure protagonismo dessas comunidades nas decisões sobre energia e clima;
- Priorize energia limpa e descentralizada, construída para o bem-estar das pessoas e não para os lucros de poucos.
O Brasil tem a chance de escolher outro caminho: um futuro de energia limpa, decidido junto com os povos da Amazônia, e não imposto sobre eles.
Agora é hora de agir. É preciso traçar uma linha clara: Delimite pelo planeta, pelas pessoas e pelo futuro! O Brasil deve escolher a vida e a justiça climática, não o lucro e a destruição.
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*Porta-vozes disponíveis para entrevistas mediante contato:
Mariana Abdalla
+ 55 21 99823 5563
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