Decisão é um grande risco para a região que apresenta uma das maiores biodiversidades marítimas do oceano Atlântico
O presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Eduardo Fortunato Bim, ignorou recomendações feitas pelo órgão de fiscalização ambiental e autorizou o leilão de sete blocos de petróleo localizados em regiões de alta sensibilidade – compreendendo uma área de 32 mil km2 de água rasa, com recifes de coral e manguezais.
De acordo com estudos da área técnica do IBAMA, quatro blocos estão localizados na bacia Camamu-Almada, na Bahia, ficam na região sul do Estado, entre as cidades de Salvador e Ilhéus e, em caso de qualquer incidente com derramamento de óleo, a dispersão do material na água poderia atingir “todo o litoral sul da Bahia e a costa do Espírito Santo, incluindo todo o complexo recifal do banco de Abrolhos”.
Conheça a região possivelmente atingida
Caso não consiga visualizar o mapa interativo, veja a imagem da área em risco nesse link aqui.
“O grande problema dessa decisão são os riscos de vazamentos e contaminação em uma das regiões que apresentam a maior biodiversidade do oceano Atlântico – o Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, compreende espécies endêmicas, aves, tartarugas e baleias. Permitir que o petróleo seja explorado nessa região é uma grande irresponsabilidade”, aponta o coordenador de campanhas climáticas da 350.org Brasil e fundador da Coalizão Não Fracking Brasil Pelo Clima, Água e Vida (COESUS), Juliano Bueno de Araújo.
Ajude a impedir que Abrolhos seja afetada pelo petróleo
Conforme apresentado na reportagem da Exame, a decisão de Bim de não seguir o parecer técnico do Ibama ocorreu após o órgão ser questionado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) – que cobrou a autorização para que todos os blocos possam ser leiloados. Os blocos fazem parte do pacote de petróleo incluídos na 16ª Rodada de Licitações, que tem Audiência Pública marcada para a próxima quarta-feira (10) e leilão previsto para outubro deste ano.
A 350.org Brasil iniciou um abaixo assinado para salvar o Arquipélago de Abrolhos e convida todos os cidadão e cidadãs a participar desse ato para salvar a vida marítima que corre grande risco.
Para assinar e dizer que é contra a exploração de petróleo próximo ao arquipélago de Abrolhos, basta acessar e se cadastrar nesse link: https://act.350.org/sign/salve-abrolhos-do-petroleo/
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Paulinne Rhinow Giffhorn — jornalista da Fundação Internacional Arayara e da Coalizão Não Fracking Brasil pelo Clima, Água e Vida (COESUS).
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