30 outubro, 2019

Mais do que nunca, é hora de uma COP que escute as pessoas

A suspensão da COP25 traz uma oportunidade para que governos, sociedade e organismos internacionais apoiem as demandas por respeito aos direitos humanos e pelo foco em soluções que atendam as necessidades das pessoas, e não das grandes empresas e dos poluidores.

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POSICIONAMENTO DA 350.ORG

GLOBAL – O governo chileno acaba de anunciar a suspensão da 25ª Cúpula das Nações Unidas sobre o Clima, a COP25,  que seria realizada em dezembro, em Santiago, por causa das manifestações sociais que chacoalham o país há mais de uma semana. Nas ruas, os participantes dos protestos se posicionam contra o aumento do custo de vida, a desigualdade e a dificuldade de acesso a serviços públicos de qualidade. As manifestações ganharam força por causa da pesada repressão da Polícia e do Exército a esse movimento.

A diretora executiva da 350.org, May Boeve, emitiu a seguinte declaração: 

“As negociações sobre o clima no Chile foram canceladas por causa das próprias questões que estão no centro da emergência climática: desigualdade social, desrespeito aos direitos humanos e uma economia que prioriza o grande capital e os poluidores em detrimento das necessidades das pessoas comuns. Não podemos resolver a crise social sem enfrentar a crise climática, e nenhum esforço para prevenir a catástrofe climática terá sucesso se não enfrentar a desigualdade e melhorar os direitos humanos”.

May Boeve também afirmou: 

“A COP não acontecerá mais no Chile, mas nossa atenção permanecerá lá. Exigir equidade social é um direito fundamental das pessoas em qualquer lugar do mundo, assim como lidar com a emergência climática. Estamos solidários com o povo chileno, que pede o fim da presença militar nas ruas e a restauração dos direitos humanos. Também continuaremos a apoiar o movimento climático no Chile e na América Latina, que estão avançando com as assembléias populares que estavam programadas para acontecer durante a COP25. Cabe ao movimento internacional do clima continuar a mostrar nosso apoio aos corajosos ativistas e defensores do meio ambiente em toda a América Latina que estão dando suas vidas por esta causa”.

A diretora executiva da 350.org ainda disse:

“As negociações sobre o clima devem agora avançar com um novo foco: a participação pública e os direitos humanos. Precisamos de um diálogo popular sobre o clima. Por muito tempo, este processo priorizou as vozes das grandes empresas e dos poluidores corporativos. A ONU deveria expulsar a indústria de combustíveis fósseis das negociações sobre o clima e dar mais espaço para as vozes das pessoas. Só então, poderemos começar a desenvolver soluções reais para esta crise conjunta de desigualdade, injustiça e emergência climática”. 

 

INFORMAÇÕES PARA A IMPRENSA

Peri Dias

Gerente de Comunicação da 350 na América Latina

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