Realizadas na mesma data em centenas de cidades de todo o mundo, marchas exigem transição energética justa e reparação para as comunidades mais afetadas pela crise climática
Nesta sexta-feira, 23 de setembro, às 16h, uma mobilização de estudantes, indígenas e ativistas gaúchos levará para as ruas do Centro de Porto Alegre a demanda comum por melhores políticas climáticas no Rio Grande do Sul e no Brasil.
Organizada pelo grupo ativista Fridays For Future – Eco Pelo Clima, a marcha faz parte de um evento global que ocorre duas vezes por ano, nas principais cidades do planeta, para exigir que governos, empresas e cidadãos atuem para garantir a transição energética, o fim do desmatamento e a implantação de medidas de adaptação a extremos climáticos cada vez mais frequentes e intensos, entre outras causas.
O tema que unirá as centenas de manifestações que compõem esta edição da Greve Global pelo Clima, em todo o mundo, será #PessoasAcimadoLucro — Reparações e Justiça Climática. Edições anteriores da marcha reuniram centenas de milhares de pessoas em protestos em mais de 100 países.
“No Rio Grande do Sul, uma das nossas prioridades é transformar a mentalidade de que precisamos do carvão e do gás para o desenvolvimento. Temos exemplos positivos no próprio estado, como o do município de São Sepé, além de experiências em diversos países, que nos mostram que é muito mais vantajoso para a população que o governo invista em energias limpas e renováveis e promova setores que fazem parte de uma economia mais inclusiva, e não as tecnologias do passado”, afirma Renata Padilha, membro do Eco pelo Clima.
Ativistas jovens pelo clima e outras lideranças estarão disponíveis para entrevistas sobre a luta climática e sua visão sobre temas como a COP27, os desafios e oportunidades ambientais do próximo governo no Brasil e a relação da crise climática com o dia a dia dos cidadãos.
“A crise climática já chegou. As enchentes que provocam mortes e perdas de casas, as secas extremas que levam o agricultor a perder o trabalho de um ano inteiro e as ondas de calor que nos deixam exaustas no verão são exemplos dos impactos dessa crise. Precisamos impedir que isso se agrave, e só conseguiremos barrar essa tendência se nos mobilizarmos”, afirma Luisa Jahn, membro do Eco Pelo Clima e estudante de Técnico em Meio Ambiente pelo IFRS.
Serviço
Marcha da Greve Global Pelo Clima em Porto Alegre
- Quem organiza: Fridays For Future – Eco Pelo Clima
- Quando: 23 de setembro, sexta-feira, às 16h
- Onde: Esquina Democrática (Av. Borges de Medeiros X Rua dos Andradas)
- Percurso: Da Esquina Democrática, os manifestantes se deslocarão para as ruas Caldas Jr. e Riachuelo. Terminarão o trajeto na Usina do Gasômetro, onde farão um ato em defesa do meio ambiente.
- Contato no local: Luisa Jahn, do Eco pelo Clima – (51) 98464-2869
Informações para a imprensa
Renata Padilha
Ativista do Eco pelo Clima
E-mail / (51) 99206-2626
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INFORMAÇÕES ADICIONAIS PARA A PAUTA
- O que querem os manifestantes?
O cenário climático catastrófico em que vivemos é resultado de séculos de exploração e opressão através do colonialismo, do extrativismo e do capitalismo, um modelo socioeconômico essencialmente falho que precisa ser substituído urgentemente.
Um sistema onde as nações ricas são responsáveis por 92% das emissões globais, e os 1% mais ricos da população mundial são responsáveis pelo dobro da poluição produzida pelos 50% mais pobres.
Guiados por lutas históricas e experiências vividas, lideradas pelas pessoas e áreas mais afetadas (MAPA), exigimos reparação climática. Não como caridade, mas como um processo de justiça transformadora em que o poder político retornará ao povo.
Isso não deve ser na forma de empréstimos, mas um acompanhamento das demandas de comunidades indígenas, negras, antipatriarcais e diversas pessoas marginalizadas para recuperar as suas terras, dando recursos às comunidades mais afetadas pela crise climática para adaptação, perda e danos — uma redistribuição (e na maioria dos casos, coletivização) de riqueza, tecnologia, informação, trabalho de cuidado e poder político tanto do norte para o sul quanto de cima para baixo.
O problema
A luta climática é uma luta de classes, por anos, a classe dominante, principalmente através de corporações e governos do Norte Global dominados por homens cis afluentes, brancos e heterossexuais, exerceram seu poder, conquistado através do colonialismo, capitalismo, patriarcado, supremacia branca e exploração, para destruir a terra e seus ocupantes sem remorso.
Eles deliberadamente sacrificam os ecossistemas e os povos do Sul Global em prol do seu chamado “desenvolvimento” e “crescimento econômico eterno”. Enquanto isso, a classe trabalhadora é usada como ferramenta para construir o próprio sistema que a está destruindo.
O que devemos fazer
Colonizadores e capitalistas estão no centro de todo sistema de opressão que causou a crise climática, e a descolonização, usando a ferramenta de reparação climática, é o melhor tipo de ação climática.
O 1% capitalista mais rico deve ser responsabilizado por suas ações e ignorância intencional. O lucro deles é a nossa morte. O lucro deles é o nosso sofrimento. Marchamos pelo fim da exploração dos combustíveis fósseis, pela defesa da Amazônia e dos povos originários, pela justiça climática com as pessoas mais afetadas e pelo nosso futuro comum.
Juntamente com diferentes setores da sociedade em todo o mundo, liderados pelos mais marginalizados, vamos devolver o poder às pessoas cujo poder foi roubado. Juntos, vamos construir um sistema e uma casa onde priorizamos as #PessoasAcimadoLucro.