Lancellotti se reuniu com movimentos sociais que falaram da luta climática em seus territórios

Foto: Ana Ribeiro
Fotos e Broll (com entrevista) dos eventos aqui
(créditos nos nomes das pastas)
Belém, 18 de setembro de 2025 – Ao lado de movimentos sociais indígenas tradicionais e ambientais, Padre Júlio chamou atenção para a contradição de um governo que promete transição energética justa, mas mantém os combustíveis fósseis no centro da sua política energética. Para ele, a defesa da Amazônia e de seus povos é inseparável da luta global contra a crise climática.
“É preciso que tenhamos outra maneira de ver o desenvolvimento. Nesse sistema nós não somos irmãos, o que há é exploração. A depredação do meio ambiente utilizando combustíveis fósseis impossibilita a vida e a sobrevivência humana”, disse Lancellotti.
A fala foi fruto de uma manhã de escuta junto aos grupos, que relataram as lutas climáticas já enfrentadas em seus territórios. A tarde, Lancellotti recebeu a imprensa em uma coletiva realizada na Embaixada dos Povos, em Belém – espaço de articulação e resistência de povos indígenas, comunidades tradicionais e movimentos sociais, criado para fortalecer lutas por justiça climática e direitos territoriais na Amazônia – o Padre Júlio Lancellotti alertou: não há como falar em liderança climática global enquanto o governo brasileiro avança com planos de exploração de petróleo e gás na Amazônia, em plena preparação para sediar a COP30.
No dia 17, Lancellotti celebrou uma missa na capital paraense. Ele caminhou até o altar de braços dados com pessoas em situação de rua. Mais de 800 pessoas estiveram presentes e ouviram o sermão de Lancellotti sobre a relação entre justiça social e justiça climática.
“A COP 30 tem que ouvir todos, especialmente aqueles que sofrem com as mudanças climáticas. Seria desumano ouvir os mais poluem e não ouvir os que sofrem com a poluição. O povo da rua não emite gases de efeito estufa, mas sofre os efeitos”.
O ato marca o uma agenda crescente de mobilizações rumo à COP30, que exigem o fim da exploração de petróleo e gás na Amazônia e investimentos reais em uma transição energética que tenha justiça climática e os povos da floresta no centro das decisões.
“Hoje foi um momento da gente se acalentar com esse processo em defesa desse território, desses saberes e desse grande bioma que é a Amazônia. Tivemos também a certeza de que nos encontramos nas lutas”, acrescentou Suanne Barreirinhas, do Museu Memorial Vila da Barca.
Como parte do movimento global Draw the Line / Delimite, que conecta mais de 500 ações em todo o mundo para traçar um limite contra a desigualdade, os fósseis, a destruição ambiental, a coletiva reforça que a Amazônia e seus povos estão traçando uma linha vermelha: nem um poço a mais, nem uma gota a mais de destruição.
Nota para a editoria:
Draw the Line reunirá mais de 500 ações descentralizadas em mais de 100 países por todo o mundo para traçar um limite contra a crise climática e exigir uma transição energética justa. No Brasil, além do Delimite em Belém, também haverá ações no dia 19 de setembro em Manaus, durante o evento do COParente (movimento indígena), e em Macapá, na assembleia geral da APOIANP. Na América Latina, as mobilizações também acontecerão em lugares como Valledupar, na Colômbia, e em Puerto Rico, conectando lutas locais a um chamado global por justiça climática.
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