Fonte: Piauí Notícias

FLORIANO (PIAUÍ) – Apesar de não ter se posicionado oficialmente, tudo indica que a primeira tentativa de exploração de gás de xisto na região de Floriano pela empresa Ouro Preto Óleo e Gás, não teve sucesso.

Segundo a Piauí Notícias, os profissionais que trabalharam no local situado à cerca de 20 km da sede do município, nas proximidades da Localidade Morro Vermelho, ao lado da BR 343, disseram que as máquinas chegaram a cavar aproximadamente 2 mil e 500 metros de profundidade e não alcançaram êxito. Toda a estrutura montada para os trabalhos já fora retirada. Todavia, não há ainda sequer uma nota oficial emitida pelas autoridades ou por representantes da empresa.

Alguns empresários florianenses, fornecedores de equipamentos e serviços à empresa que estava trabalhando na escavação, confirmaram à reportagem a desativação da draga e o insucesso desta primeira escavação. “Os responsáveis pela parte financeira quitaram o débito do que forneci e me informaram que não encontraram nada, mesmo cavando 2.500 metros” informou um empresário local do setor de autopeças.

Esse fato só consolida a enorme bolha especulativa que está se formando em torno da exploração não-convencional do gás de xisto (fracking).

“Há muita especulação financeira quando o assunto é exploração do gás de xisto. O mercado vende a exploração não-convencional como sendo um milagre econômico, porém, a operação é muito mais custosa, não existe garantia de que há algo ali e, caso haja algo, produção cai violentamente em menos de 5 anos. O que mais preocupa, porém, não são as especulações financeiras infundadas na exploração do gás de xisto. O que mais nos preocupa são as contaminações do solo, da água e do ar que esse tipo de exploração deixa como passivo. Nós acompanhamos de perto a situação na Argentina e, com muito pesar, vimos famílias que viviam há gerações da agricultura e da pecuária tendo que abandonar suas terras pois não conseguiam mais vender seus produtos. Vimos também a população local tendo sua saúde fortemente afetada, escolas recebendo água misturada com petróleo, famílias com casos de câncer, a situação é muito séria. Nós não podemos permitir esse tipo de exploração”, disse Juliano Bueno, coordenador da campanha Não Fracking Brasil.

 

Fonte: Piauí Notícias