O discurso do presidente Lula hoje na cúpula climática da ONU em Dubai citou a justiça climática, um financiamento equitativo e urgente do Norte Global para o Sul Global, bem como a limitação das emissões de combustíveis fósseis. Isso está em estrita contradição com a falta de compromissos formais do Brasil em relação a políticas e projetos de transição de energia renovável, o seu crescente investimento na produção de petróleo e gás e a possibilidade do país ingressar na OPEP.

Ansioso para se projetar como um influenciador do clima, o Brasil até agora escapou de críticas pesadas por sua ginástica retórica, mas nem mesmo o contorcionista mais experiente pode se sustentar em uma posição tão instável por muito tempo. O Brasil nunca alcançará a liderança ambiental ou uma COP30 histórica na Amazônia se o país não se esforçar para desatar o nó da questão energética, interna e externamente.

Peri Dias, representante da 350.org na América Latina na COP28:

“O discurso do presidente Lula hoje foi na direção certa ao citar a necessidade de limitar urgentemente os combustíveis fósseis. No entanto, o Brasil precisa ser mais claro em seus compromissos para eliminar gradualmente as emissões por combustíveis fósseis e em relação a uma transição energética se quiser ser o líder que se propõe a ser na COP30. O Brasil precisa pressionar firmemente para que o texto final da COP28 mencione a necessidade de eliminarmos completamente as emissões por petróleo, gás e carvão. Por outro lado, o anúncio de que o Brasil poderia se juntar à OPEP horas antes do discurso de Lula expôs uma contradição entre o que o Presidente disse e o que seu governo vem fazendo na área de energia. O país quer ser um líder climático ou um Estado dependente de combustíveis fósseis? Não pode ser as duas coisas ao mesmo tempo”.

Por meio de nossas redes socias, nós da 350.org e da 350.org Brasil pedimos que nos ajude a expor isso enviando mensagem ao Presidente Lula por meio do “histórias do instagram”. 

Bora lá?