Representantes da 350.org Brasil, COESUS e Instituto Internacional Arayara estiveram na praia central de Peruíbe/SP, participando de uma ação de conscientização ambiental sobre mudanças climáticas e matrizes energéticas. As organizações defendem iniciativas que possibilitem a independência energética das comunidades e cidades, como a autogeração de energia (solar, eólica e biomassa) e empreendimentos de baixo carbono, possibilitando o desenvolvimento econômico com sustentabilidade ambiental.
“Nos unimos a movimentos locais para alertar a população e turistas sobre a ameaça da construção de uma termelétrica no município – um paraíso ecológico que deve ser protegido”, afirma Ilan Zugman, ativista da 350.org Brasil. A professora pública, Rosa Prado foi à praia para participar da ação e levou adesivos do movimento Usina Não para distribuir no bairro onde mora e na escola onde trabalha. “A luta continua. É Usina Não em lugar nenhum do planeta. Devemos proteger a generosidade que a natureza nos dá em nossa cidade”, defende a professora.
As organizações ambientais participam das atividades de educação ambiental Nossa Praia, coordenadas pelo Departamento de Meio Ambiente e Agricultura, a convite do Coletivo Ativista Litoral Sustentável (CALS) – organização local que junto a outros movimentos populares da cidade – como o Movimento contra as agressões à natureza (MoCAN), Raízes e Usina Não travaram intensa luta, ao longo de 2017, contra a construção de uma usina termelétrica na cidade.
“É essencial aproveitar essa época que tem bastante turista na cidade e conscientizá-los sobre a importância de barrar projetos de combustíveis fósseis e indústrias altamente poluentes na cidade. Tem muita gente que apesar de ter casa aqui, não está sabendo da ameaça”, defende André Ichikawa, do CALS.
Após a formação de uma Frente Parlamentar, foi aprovado no ano passado, um projeto de lei municipal que veta a instalação de indústrias poluentes que emitam gases causadores de chuva ácida no município. Em dezembro, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) também negou o pedido da Gastrading Comercializadora de Energias S.A. para licenciamento do projeto que previa a construção da usina, por “inviabilidade ambiental” e destacou a manifestação contrária do povo na decisão.
“Convidamos a população a permanecer alerta pois as leis são modificadas e as empresas que implantam a destruição são implacáveis em suas reações”, afirma Juliano Bueno de Araujo, coordenador de campanhas da 350.org Brasil e coordenador nacional da COESUS.
População deve permanecer mobilizada
Em janeiro, com o retorno das atividades na Câmara Municipal, o projeto de emenda à lei orgânica, com conteúdo similar ao projeto de lei contra indústrias poluentes, irá novamente a votação. Enfim, o município tenta se blindar contra a reação da Gastrading e a ameaça do projeto de energia cara, poluente e danoso ao ambiente – e o apoio da população é fundamental nesta batalha.
“É de suma importância conscientizar as pessoas sobre esse projeto nocivo à nossa cidade, em questão ambiental e social. Queremos o progresso, mas o progresso sustentável e mostrar a importância do embate, para que as próximas gerações possam ter um ambiente saudável”, afirma Sílvia Lima, ativista do Mocan.