Na última terça-feira (10), a Agência Nacional do Petróleo e Gás (ANP) iniciou o 1º Ciclo da Oferta Permanente, no qual disponibiliza continuamente campos e blocos de exploração de petróleo e gás que foram devolvidos ou estão em processo de devolução, como também blocos que não foram arrematados em rodadas anteriores.

O ciclo, realizado no Hotel Windsor Guanabara, no centro do Rio de Janeiro (RJ), contou com a participação de 47 empresas internacionais e internacionais e obteve arrematados 45 (12%) dos 273 blocos exploratórios ofertados, sendo eles marítimos e terrestres.

Cerca de um terço de toda a arrecadação do leilão foi garantido por um consórcio liderado pela americana Exxon, que arrematou três áreas na bacia Sergipe-Alagoas. Já a brasileira Petrobrás, pela primeira vez, não participou do leilão.

O diretor de campanhas da 350.org América Latina e fundador da Coalizão Não Fracking Brasil, Juliano Bueno de Araújo, vê este ciclo como mais uma ameaça ao meio ambiente. “Nós vivemos em um momento de transição energética, onde os jovens vão às ruas para pedir que paremos de investir em um modelo tão retrógrado. Não faz sentido crescer em 11% o número de contratos em algo que afeta diretamente todo o mundo – poluindo nossas águas, nosso solo e nosso ar”, alerta.

“Não podemos esquecer também que estas são apenas as áreas que já passaram por exploração ou por outros leilões. Entre outubro e novembro, mais de 37 mil km² de área, incluindo sete blocos localizados ao lado do Parque Nacional de Abrolhos, serão colocadas a leilão em um ato de pura irresponsabilidade. Precisamos ficar atentos e defender as energias livres e renováveis”, complementa Araújo.

Segundo informações recentemente divulgadas pela ANP, está prevista a perfuração de 818 novos poços de exploração em terra e 393 poços marítimos nos próximos quatro anos. A agenda de leilões da ANP conta com a 16ª Rodada de Licitações de Blocos, que será realizada no dia 10 de outubro, com 36 blocos de exploração; e a 6ª Rodada do Pré-sal, que ocorrerá no dia 7 de novembro deste ano, e inclui cinco blocos de exploração na Bacia de Santos.

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Paulinne Giffhorn | [email protected]