Pedido de congelamento dos projetos de combustíveis fósseis foi entregue a Ministro do Meio Ambiente do Brasil durante reunião aberta da delegação brasileira  na COP 22

 

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Durante a reunião da delegação brasileira na COP 22 aberta à sociedade civil, realizada nesta segunda-feira (14) em Marrakesh, a diretora da 350.org Brasil e América LatinaNicole Figueiredo De Oliveira, aproveitando a oportunidade e entregou ao Ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, a carta em nome de mais de 375 organizações não-governamentais de todo o mundo solicitando o fim dos projetos ligados a combustíveis fósseis. Além de receber a carta, o ministro também confirmou a informação de que o Presidente Michel Temer irá seguir a orientação para vetar o artigo 20 da Medida Provisória 735/2016 (convertida no Projeto de Lei de Conversão 29/2016), que incentiva a criação de novas centrais termelétricas movidas a carvão a partir de 2023 no Brasil.

A confirmação do veto é resultado direto da campanha #VetaTemer, emplacada por mais de 60 organizações da sociedade civil brasileira. No último sábado (12), o jornal O Globo publicou um artigo, assinado por Nicole Figueiredo de Oliveira, sobre o assunto. O texto mostra como o incentivo ao carvão, ao pré-sal, ao gás de xisto extraído de grandes profundidades pela técnica do fraturamento hidráulico – fracking – e outras fontes fósseis de energia vai contra todos os compromissos firmados nacional e internacionalmente pelo governo brasileiro.

“Se queremos que o Acordo de Paris tenha alguma relevância, precisamos congelar todo e qualquer novo projeto de desenvolvimento envolvendo combustíveis fósseis, e garantir a transição para um mundo que seja movido por energias renováveis acessíveis a todos. As comunidades na linha de frente das mudanças climáticas têm lutado por isso há anos, com riscos cada vez maiores para as suas vidas e seus meios de subsistência. A única opção é os governos escolherem ficar do lado certo da história e colocarem em ação as reivindicações de milhões de pessoas em todo o mundo”, afirmou a diretora da 350 Brasil e coordenadora nacional na COESUS – Coalizão Não Fracking Brasil pelo Clima, Água e Vida.

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Entregue a diversos outros líderes globais presentes na conferência do clima, a carta se baseia em novas pesquisas que mostram que, caso o carbono contido nos reservatórios de projetos fósseis já em exploração seja queimado, ultrapassaremos os 2°C de temperatura global, estabelecida como meta no Acordo de Paris. O documento entregue hoje pede aos líderes mundiais que “impeçam novos projetos de desenvolvimento a partir de fontes fósseis e busquem uma transição justa rumo às energias renováveis.”

Veja aqui a íntegra da carta.