MARANHÃO – A 350.org e a COESUS estão em extensa agenda no estado do Maranhão esse mês. Depois de iniciarem o programa “Fé, Paz e Clima”, junto a Igreja Católica em Açailândia e Piquiá de Baixo, ativistas seguem no estado com a agenda de compromissos para barrar a entrada do fracking.

“Durante o Encontro de Comunidades atingidas pela Mineração, vimos a triste realidade de famílias que sofrem as consequências diretas da indústria extrativista. Vimos pessoas saindo de seus lares, casas rachadas pela intensa atividade da siderurgia e mineração, trens construídos para o transporte de minérios que fazem vítimas fatais por atropelamento, condições de saúde precária e poluição altíssima”, disse Renan Andrade, gestor ambiental e coordenador de campanhas da 350.org e voluntário da COESUS.

Durante o evento da Igreja Católica, os membros da 350.org e da COESUS deram seu relato de vivência nos campos de fracking na região de Vaca Muerta, Argentina. Reginaldo Urbano, membro do Grupo de Trabalho da Mineração da CNBB, e da 350.org contou que perdeu parte da visão devido à chuva ácida e que ficou hospitalizado por conta da contaminação a qual foi exposto. Na ocasião o ambientalista, reafirmou a importância de seguir a Carta Pastoral do Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM), que diz que devemos procurar pelo verdadeiro desenvolvimento, onde o progresso só é realidade quando não há  prejuízos a nossa casa comum criada por Deus.

Os compromissos pelo estado seguiram com encontros com deputados e vereadores da região. Os representantes eleitos da região Rildo Amaral (Dep. Estadual), Carlos Hermes (vereador) e Bira do Pindaré (Dep. Federal), receberam de Renan Andrade o kit do Projeto de Lei Anti-fracking, que oferece todo apoio estratégico e jurídico para que os governantes barrem o método que extrai o gás da morte.

“Emplacar a lei anti-fracking na região, seja no âmbito municipal ou no âmbito estadual, é a única maneira de garantir que a população não sofra as terríveis consequências da exploração por meio do fraturamento hidráulico. A lei significa garantir saúde pra região e isso é imprescindível”, afirma Renan.

A exploração do gás de xisto também foi abordada na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), onde estudantes de Ciências Sociais ouviram atentamente a palestra que levou conteúdos ainda mais aprofundados, colocando em pauta também, mudanças climáticas e energias renováveis como opções economicamente viáveis, socialmente justas ecologicamente corretas.

“É essencial que os estudantes estejam atentos às novas tecnologias, mas mais do que isso, é importante exercitar o pensamento crítico e enxergar as oportunidades que os avanços tecnológicos trazem. O fracking é uma tecnologia do passado, que utiliza e contamina os recursos naturais como a água. Não existe razão para promover uma tecnologia do passado e com tantos impactos a vida quando conseguimos obter energia de fontes renováveis, como a eólica e a solar. Estamos no Maranhão, não faz sentido ignorar o potencial solar da região”, afirmou Ilan Zugman, coordenador da campanha Zero Fósseis no Brasil pela 350.org e voluntário da COESUS.

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Livia Lie – Coordenadora de Campanhas Digitais da 350.org Brasil e América Latina e Voluntária da COESUS Coalizão Não FRACKING Brasil pelo Clima Água e Vida.