- Fotos e vídeos de ações em todo o mundo estarão disponíveis para a imprensa, em 19 de março, nesta página. Para baixar fotos de mobilizações anteriores, clique aqui.
Nesta sexta-feira, 19 de março, jovens ativistas pelo clima tomarão as redes sociais e as ruas das cidades de dezenas de países, sempre adotando as devidas precauções de distanciamento, para uma nova edição da Greve Climática Global, mobilização que tem como objetivo lembrar ao mundo que, além da pandemia, o planeta precisa urgentemente enfrentar a crise climática. O Rio Grande do Sul está incluído nessas manifestações: representantes do Eco pelo Clima e do Fridays for Future realizarão ações virtuais em Porto Alegre, Pelotas e outras cidades do estado.
“É necessário agirmos agora para salvar a nossa casa e acender a esperança da juventude novamente”, afirma Natália Richter, ativista climática de Cruzeiro do Sul, a cerca de 100 quilômetros de Porto Alegre.
Em meio às crises de saúde pública, sociopolíticas e econômicas que o mundo enfrenta, ativistas exigem atitudes imediatas, concretas e ambiciosas por parte de líderes mundiais em resposta à crise climática que está em curso.
Os ativistas destacarão a urgência de ações emergenciais frente aos desastres climáticos. As principais consequências das mudanças do clima em função do aquecimento global já são visíveis e incluem elevação da temperatura média global do planeta, temperaturas máximas diárias mais altas, anos cada vez mais quentes, aumento na frequência de eventos climáticos extremos e maior intensidade de secas de verão, que prejudicam as colheitas.
Os movimentos de jovens pelo clima lembram que já se passaram cinco anos desde que o Acordo de Paris foi assinado e três anos desde que um dos relatórios mais alarmantes do IPCC, o painel global de cientistas que estudam o clima, veio a público. Esse estudo alertou para o cenário ambiental catastrófico que pode afetar a humanidade em poucos anos. Desde então, a crise do clima piorou, e a inação dos governos continua alimentando esse desastre.
“É inaceitável que a luta climática continue sendo imposta para nós, jovens. A indiferença da população também faz parte da soma de todas as crises que estamos vivendo atualmente. Todos precisamos agir e cobrar as promessas vazias que nos foram feitas”, disse Renata Padilha, ativista ambiental do Eco Pelo Clima em Porto Alegre.
Por mais de dois anos, jovens ativistas têm saído às ruas para exigir justiça climática. Em setembro de 2019, a primeira edição das Greves Globais pelo Clima reuniu 7,6 milhões de pessoas, em 185 países, e tornou-se uma das maiores manifestações globais coordenadas da história. Em respeito aos protocolos de proteção contra a pandemia de COVID-19, desde o ano passado, os protestos mudaram de formato, mas seguiram a todo vapor nos espaços virtuais e nas ações criativas adaptadas aos novos tempos. Agora, na mobilização de 19 de março, a hashtag escolhida pelos grupos resumirá o apelo comum aos manifestantes de todo o mundo: #ChegaDePromessasVazias.
“Participo das greves porque precisamos urgentemente fazer algo em relação ao planeta”, explica Bianca Pereira, voluntária do Eco pelo Clima no município de Feliz, a cerca de 40 quilômetros de Caxias do Sul.
Ações concretas em 19 de março
Para a Greve Global de 19 de março, os participantes do movimento climático jovem gaúcho estão organizando reuniões pela internet com representantes das Câmaras Legislativas de suas cidades. O objetivo é dialogar e propor políticas públicas municipais pelo clima.
Entre as propostas do grupo estão a obrigatoriedade da educação ambiental nas escolas municipais, os investimentos em infraestrutura de adaptação e mitigação climática, com enfoque nas comunidades periféricas, a taxação de atividades intensivas na queima de combustíveis fósseis e a imposição do tratamento adequado de resíduos por parte de empresas poluidoras.
“A juventude preta da periferia que, há muito tempo grita por justiça social, agora também grita por justiça climática. A minha geração é duramente afetada e ameaçada devido aos inúmeros fracassos dos acordos pelo clima, como o Acordo de Paris e a Agenda 2030 da ONU. Basta de acordos! Queremos ação agora!”, afirma Jonathan Feijó, voluntário do Eco pelo Clima em Pelotas.
Ações no nível estadual também estão no radar do grupo. Desde o ano passado, os jovens do Eco Pelo Clima pedem ao governador Eduardo Leite uma reunião para dialogar sobre as medidas ambientais do estado e cobrar avanços na proteção ao meio ambiente, mas ainda não foram atendidos. A expectativa é que as mobilizações ajudem a chamar atenção do Governo do Estado para a causa ambiental.
Por que a 350.org está compartilhando este comunicado?
Porque a 350.org acredita que o movimento jovem pelo clima é uma força fundamental a favor das mudanças de que o mundo precisa para evitar os piores cenários da emergência climática. Oferecemos nosso apoio às Greves Climáticas Globais, contribuindo com sua divulgação, enquanto os jovens seguem liderando, organizando e definindo os rumos dessa mobilização massiva.
Contato para a imprensa
Jonathan Feijó, ativista do Eco pelo Clima
[email protected]